Netanyahu promete "concluir a guerra em todas as frentes" após atentado na Cisjordânia
Hoje 13:31
— Lusa/AO Online
"Hoje
sofremos mais um ataque terrorista palestiniano e estamos determinados a
concluir a guerra em todas as frentes, incluindo o desarmamento do
Hamas e a desmilitarização da Faixa de Gaza para garantir que Gaza já
não representa uma ameaça significativa", afirmou o primeiro-ministro
israelita. Numa cerimónia em memória de
um soldado morto em combate, Netanyahu afirmou que, nos últimos dois
anos, o seu Governo "fez muito para consolidar" a presença de Israel na
Cisjordânia e atacou o eixo terrorista iraniano em todas as frentes,
declarando estar "pronto para agir, se necessário". A
Autoridade Palestiniana anunciou hoje que os responsáveis pelo atentado
que causou uma vítima mortal e três feridos na Cisjordânia são dois
jovens palestinianos com 18 anos de idade. Os
atacantes são Ibrahim Imran al-Atrash e Walid Muhamad Khalil Sabarna,
naturais da cidade de Hebron, na Cisjordânia, e da localidade
de Beit Umar, a sul de Hebron, acrescentou a mesma fonte. O
ataque ocorreu num cruzamento no sul da Cisjordânia, quando os dois
jovens atropelaram um grupo de pessoas, saíram do carro e
esfaquearam-nas, provocando a morte de um homem e ferimentos num outro e
num rapaz de 15 anos. O cruzamento
de Gush Etzion, onde ocorreu o ataque, localizado na estrada entre as
cidades palestinianas de Belém e Hebron e próximo de colonatos judaicos,
no sul da Cisjordânia ocupada, tem sido palco de vários ataques
anti-israelitas desde o final de 2015. Os jovens foram depois mortos por soldados israelitas, disse o exército em comunicado. Por
seu lado, o jornal israelita Times of Israel avançou que uma mulher,
ferida no ataque, foi também atingida a tiro por engano pelos militares e
está em estado grave. Segundo a mesma
nota do exército israelita, os soldados encontraram materiais explosivos
no veículo dos atacantes, que foram levados por especialistas em
desativação de bombas da polícia de fronteira israelita. Os
grupos islamistas Hamas e Jihad Islâmica saudaram o ataque, que não
reivindicaram, mas descreveram como heroico e como uma resposta às
"agressões da ocupação" israelita. O Times of Israel referiu que as autoridades israelitas têm na sua posse os corpos dos dois palestinianos. A
violência explodiu na Cisjordânia desde o início da guerra em Gaza,
desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento palestiniano
Hamas, a 7 de outubro de 2023, ao sul de Israel. Pelo
menos 43 israelitas, civis e soldados, foram mortos em ataques
palestinianos ou em incursões militares israelitas na Cisjordânia,
indicam dados oficiais israelitas. Ao
mesmo tempo, pelo menos 1.006 palestinianos, combatentes e civis, foram
mortos por soldados ou colonos, de acordo com uma contagem da agência de
notícias France-Presse com base em dados da Autoridade Palestiniana. A violência não cessou com a trégua em vigor em Gaza desde 10 de outubro. Segundo a ONU, a Cisjordânia registou em outubro um pico de violência sem precedentes em quase duas décadas.