Nelson Oliveira terminou edição emocional satisfeito com o trabalho realizado
Vuelta
9 de set. de 2024, 14:28
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa, o ciclista português da Movistar fez um
balanço da sua 21.ª grande Volta, uma que lhe deixou “boas memórias” e
que foi diferente de todas as outras, provavelmente até mais emocional
e, seguramente, gratificante. “Por ter
saído de Portugal, do meu país, sem dúvida que foi algo de especial, por
estar rodeado do povo português. Foi, sem dúvida, um sonho ter
[presentes] amigos, familiares, que muitas vezes não podem ir fora do
país, e estar ali ao lado e sentir o apoio de todos, foi algo bom”,
descreveu.Depois de ver o seu chefe de
fila, o espanhol Enric Mas, acabar na terceira posição a 79.ª edição da
prova espanhola, conquistada pelo esloveno Primoz Roglic
(BORA-hansgrohe), Nelson Oliveira assumiu-se “satisfeito”. “Fiz
aquilo que a equipa me tinha proposto. Sempre darei o máximo pelo meu
líder, não olhando ao meu resultado. Mais uma vez fiz aquilo que me
competia e o que pude para o líder estar sempre protegido até onde as
minhas forças davam. Estes últimos dias podia ter-me guardado para obter
um melhor resultado [no contrarrelógio de hoje], mas não foi isso que
fiz: optei por estar ao lado do líder até não poder mais”, revelou.Por
isso, o experiente corredor de Vilarinho do Bairro (Anadia), de 35
anos, que foi 19.º no ‘crono’ e acabou no 73.º lugar da geral,
considera que a sua prestação “foi boa”. “Não
pude entrar numa fuga que me desse destaque, mas estou contente com a
minha prestação. É bom ver um líder no pódio e saber o esforço e todos
os sacrifícios que fez para obter este resultado é algo que compensa. Do
meu ponto de vista, gostava de ter feito mais, mas as forças são o que
são. Estou contente com o trabalho que fiz e daqui agora resta
descansar”, reforçou.O regresso aos pódios
numa ‘grande’ de Mas, vice-campeão da Vuelta em 2018, 2021 e 2022,
ajuda “a esquecer alguns maus momentos” vividos pela Movistar, mas,
segundo Oliveira, estes também impulsionaram a equipa espanhola a
melhorar e a fazer uma boa temporada. Após
a euforia das etapas portuguesas, as cores nacionais perderam
“infelizmente” Rui Costa (EF Education-EasyPost), por queda, e João
Almeida (UAE Emirates), um dos grandes candidatos ao triunfo final,
devido à covid-19, mas ‘Nelsinho’ não sentiu o peso de ter de
representar sozinho a nação. “Continuei a fazer o meu trabalho como tinha feito até aí e sei que os portugueses sabem que podem contar comigo”, notou.Com
um registo imaculado em grandes Voltas – chegou ao fim nas 21 nas quais
alinhou -, Oliveira confessa à Lusa não ter segredo nenhum para ser
totalista.“Acho que o que nos ajuda a não
desistir é não ter azares. E felizmente até aqui não tive um azar que me
fizesse desistir e pude felizmente terminar até ao dia de hoje todas as
grandes Voltas e que assim continue”, concluiu.