Nelson Oliveira de ‘serviço’ a Enric Mas e de olho numa fuga vitoriosa
Vuelta
18 de ago. de 2022, 11:41
— Lusa/AO Online
“O
objetivo é chegar a Madrid [na 21.ª e última etapa], como em todos os
anos. Depois, trabalhar para os líderes. Em princípio, terei algumas
oportunidades de entrar numa fuga e tentar a minha sorte, e porque não
vencer uma etapa? Esperemos que isso aconteça. O principal objetivo é
estar com o líder, o resto será indo dia a dia”, resumiu, em entrevista à
agência Lusa.O ciclista de Vilarinho do
Bairro (Anadia), de 33 anos, vai para a 17.ª ‘grande Volta’ da carreira,
e a oitava Vuelta, depois do 52.º posto no Tour deste ano, competindo
em Espanha, que é a casa da equipa Movistar e a corrida onde tem um dos
pontos altos da carreira.Em 2015, uma
vitória em etapa em Tarazona consagrou-o como o sétimo luso - e o último
até aqui - a vencer uma etapa na Volta a Espanha, então com uma fuga a
20 quilómetros da meta, acabando depois a corrida no 21.º posto.Se
Enric Mas, ‘vice’ em 2018 e 2021, é o líder para a geral, a Movistar
encerra uma das principais narrativas da 77.ª edição da última ‘grande
Volta’ do calendário velocipédico.Trata-se
da despedida de Alejandro Valverde, um dos principais nomes da
modalidade nos últimos 20 anos, que aos 42 anos já anunciou que vai
deixar o pelotão.“Saber que estou na
última corrida dele em Espanha, antes da retirada do ciclismo... como
companheiro, é óbvio que fico orgulhoso por estar aqui, ao lado dele, e
poder ajudá-lo na sua última corrida”, refere o português.Para
Oliveira, poder estar ao lado de ‘Bala’ dá-lhe “bastante gosto”, até
porque o luso é outro dos nomes mais experientes da ‘telefónica’: corre
pelos espanhóis desde 2016, tendo contrato até 2023.“Deu-me
gosto trabalhar com ele, principalmente correr com ele e ser seu
companheiro de equipa, poder aprender alguma coisa com ele”, admite.Em
ano em que a União Ciclista Internacional (UCI) vai aplicar, com
efeitos em 2023, o sistema de descidas de divisão no WorldTour, a
Movistar, uma das mais antigas formações do principal escalão do
ciclismo, tem ‘derrapado’ para os últimos lugares, arriscando-se a
perder a licença.Esta situação “não mexe na preparação”, considera o português, especialista em contrarrelógio, mas coloca “alguma pressão”.“Somos
profissionais e queremos que as coisas corram bem. Infelizmente,
estamos a passar este mau bocado, mas esperamos ultrapassar isto, fazer
uma boa Vuelta e pôr isso de parte. Não é fácil, mas cá estaremos”,
declara.A 77.ª edição da Volta a Espanha arranca sexta-feira nos Países Baixos e termina em 11 de setembro em Madrid.