Negociações entre Delta Airlines e SATA podem permitir a passageiros dos EUA escolher ilha de destino
18 de out. de 2017, 19:07
— LUSA/AO online
"Posso dar nota de que há negociações em curso e que as mesmas estão a
ser ultimadas, sendo objetivo da nossa empresa aérea regional [SATA],
definir com a Delta acordos ‘interlines’ que assegurem que possam ser
adquiridos bilhetes diretos para a ilha pretendida pelo passageiro",
explicou Marta Guerreiro.A governante falava no parlamento
regional, onde hoje começou o plenário de outubro, em resposta à
pergunta do deputado do PSD António Pedroso, no decurso da interpelação
do PS, com maioria na Assembleia Legislativa, ao executivo açoriano
sobre turismo.O social-democrata António Pedroso disse que ao
consultar a página na Internet da Delta Airlines, que em setembro
anunciou o início da operação entre os Estados Unidos e os Açores em
2018, não encontrou nenhuma informação que permitisse aos passageiros
oriundos da diáspora escolher a ilha de destino."Verificamos que,
aparentemente, não foi acautelada a possibilidade das ligações dos voos
Delta Airlines a todas as ilhas dos Açores, em voo corrido, ou seja, no
mesmo bilhete aéreo", lamentou António Pedroso, considerando esta uma
"oportunidade perdida" para a região.Na interpelação, a
secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo destacou que o setor
tem crescido exponencialmente e vive hoje "um dos melhores momentos da
sua história", liderando mesmo os crescimentos de dormidas e de
proveitos da hotelaria tradicional em comparação com as restantes
regiões do país."O turismo dos Açores tem feito um caminho
extraordinário, vivendo, atualmente, um dos melhores momentos da sua
história, tendo assumido claramente uma identidade fortalecida com
níveis de crescimento que nunca tinham sido verificados antes",
salientou Marta Guerreiro. A governante admitiu, contudo, que, em
termos de qualificação, "há, ainda, um árduo trabalho para fazer",
nomeadamente nos recursos humanos, quer por via da formação, quer por
via da atualização de competências.Os partidos da oposição não partilham do otimismo de Marta Guerreiro.Artur
Lima, da bancada do CDS-PP, referiu que o crescimento verificado no
setor turístico nos Açores se deveu à iniciativa privada e não à
intervenção do Governo Regional, acusando mesmo o executivo socialista
de não ter estratégica para o setor.Já António Lima, do Bloco de
Esquerda, defendeu que grande parte do crescimento turístico verificado
no arquipélago resulta de "abusos laborais" e de muitas "horas
extraordinárias" dos trabalhadores ligados ao setor.Por seu
turno, João Paulo Corvelo, deputado do PCP, lamentou que o crescimento
do turismo nos Açores assente na venda do destino "a preços de saldo"
pelas companhias de baixo custo com a transportadora aérea açoriana SATA
a subsidiá-las.Francisco César, da bancada socialista,
manifestou, por outro lado, preocupação com a excessiva "carga" que tem
sido exercida pelo aumento da procura turística nalgumas zonas
ambientalmente sensíveis, sobretudo em São Miguel, a maior ilha dos
Açores.