NATO anunciou retirada de parte das suas forças do Iraque
EUA/Irão
7 de jan. de 2020, 16:48
— Lusa/AO Online
“Estamos
a tomar todas as precauções necessárias para proteger o nosso pessoal.
Isso inclui o reposicionamento temporário de parte dos funcionários em
diferentes lugares, dentro e fora do Iraque”, disse um responsável da
NATO, citado em comunicado.O mesmo responsável acrescentou que a NATO vai manter “uma presença no Iraque”.A
NATO já tinha anunciado a suspensão da missão de treino de soldados do
Iraque, em sintonia com a posição das forças armadas norte-americanas,
que decidiram terminar esse programa, para concentrar os seus esforços
na proteção das suas instalações na região.O
anúncio acontece dias depois de um ataque aéreo ordenado pelo
Presidente norte-americano, Donald Trump, que matou Qassem Soleimani, um
alto comandante militar iraniano, em Bagdad, e espoletou uma escalada
de tensão no Médio Oriente, com o Irão a prometer ações de retaliação
contra os Estados Unidos.No mesmo ataque
que vitimou Soleimani, morreu também o 'número dois' da coligação de
grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis,
conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras
oito pessoas.O ataque ocorreu três dias
depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois
dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750
soldados para o Médio Oriente. O Irão
prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os
limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco
países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia,
França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava
restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares.
Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.No
Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para
rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se
compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e
que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no
território iraquiano.