NATO adverte que responderá com firmeza

Surto de violência no Kosovo

19 de set. de 2007, 18:42 — Lusa / AO online

“Temos as forças, os aviões e as reservas em posição, se for necessário, para qualquer eventualidade”, disse o porta-voz da Aliança Atlântica, James Appaturai, que admitiu que, “à medida que se aproxima o final do ano, aumentam as pressões políticas em todas as direcções, e não só no Kosovo, também em Belgrado”. A 10 de Dezembro próximo, a troika espacial para o Kosovo (UE, Estados Unidos e Rússia) apresentará nas Nações Unidas um relatório visando normalizar o estatuto da província, que, desde o final da guerra com a Sérvia, é um protectorado internacional administrado pela ONU e vigiado pela NATO. Os Estados Unidos advertiram, entretanto, que é provável que a solução sobre o futuro do Kosovo chegue depois de 10 de Dezembro, mas insistiram que é necessário chegar rapidamente a um acordo, porque a paciência dos kosovares se está a esgotar. David Kramer, subsecretário de Estado adjunto norte-americano para questões da Europa e Ásia, sublinhou hoje que “é provável” que a solução seja encontrada só depois dessa data limite, pois não se detecta “uma mudança de posição da Rússia”. Kramer, que se reuniu hoje com responsáveis comunitários e da presidência portuguesa da UE, declarou-se contudo convicto de que será possível encontrar uma solução, mas talvez uma “que não agrade a nenhuma das partes”. Entretanto, o primeiro-ministro do Kosovo, Agim Ceku, reafirmou hoje que os esforços internacionais para resolver o estatuto da província devem desembocar na independência kosovar. Enquanto a maioria albanesa do Kosovo continua inamovível na exigência de independência em relação à Sérvia, Belgrado, apoiado por Moscovo, não se mostra disposto a ceder mais que uma autonomia alargada para a sua província. A troika, que esteve reunida terça-feira e hoje, em Londres, com representantes de Belgrado, primeiro, e depois do Kosovo, emitiu um comunicado descrevendo a atmosfera das discussões como construtivas e pedindo a ambas as partes que se abstenham de declarações “que possam ser vistas como provocatórias”.