“A
nossa missão será lançada em 2029, voará duas vezes ao redor do sol,
mapeando Vénus em cada uma das vezes, e aterrando em junho de 2031”,
referiu o responsável da missão Deep Atmosphere Venus Investigation
of Noble Gases, Chemistry, and Imaging (DAVINCI).James
Garvin é um dos participantes da Global Exploration Summit (GLEX), uma
cimeira que junta nos próximos quatro dias, nos Açores, cientistas e
exploradores de vários países para a partilha de descobertas científicas
nos oceanos, no espaço e na terra, mas também para discutir futuras
missões nestas áreas.De acordo com o
cientista chefe da agência norte-americana NASA, estão envolvidas nesta
missão cerca de 2.000 pessoas, incluindo parceiros de outros países, um
projeto que tem um orçamento de mil milhões de dólares (cerca de 956
milhões de euros).James Garvin considerou
ainda Vénus um “planeta irmão” da Terra, que já terá tido oceanos,
entretanto desaparecidos, sendo importante perceber as razões desse
fenómeno, através das observações que serão feitas pela missão DAVINCI.Na
prática, a missão incluirá um laboratório de química analítica que vai
medir pela primeira vez indicadores do sistema atmosférico e climático
de Vénus, alguns dos quais já têm sido objeto de medição desde o início
dos anos 80. A NASA espera ainda que a
DAVINCI forneça a primeira imagem de descida das zonas montanhosas de
Vénus, enquanto mapeia sua composição rochosa e o relevo de superfície
em escalas impossíveis de efetuar através da sua órbita. A
missão permitirá também medições de gases não descobertos, incluindo
componentes que poderão a ajudar a revelar a presença de água, seja como
oceanos de água líquida ou vapor na atmosfera primitiva.A
terceira edição da GLEX Summit, uma organização conjunta do Clube de
Exploradores de Nova Iorque e da portuguesa Expanding World, junta nos
próximos quatro dias as “maiores lendas vivas da exploração a nível
mundial”, anunciou a organização.Entre os
mais de 50 oradores de várias áreas do conhecimento, constam o
astronauta Michael López-Alegría, comandante da primeira missão privada à
Estação Espacial Internacional, Bertrand Piccard, explorador suíço e
pioneiro da aviação solar, e Rosaly Lopes, astrónoma brasileira que
descobriu o maior número de vulcões ativos.As
cerca de 40 sessões programadas, que decorrerão em Ponta Delgada,
contarão ainda com a participação de Siam Proctor, a primeira astronauta
comercial negra a pilotar uma nave espacial, e Borge Ousland,
explorador norueguês que fez a primeira travessia da Antártida semO
Clube dos Exploradores foi fundado em Nova Iorque em 1904 e tem cerca
de 3.000 membros e entre eles, ao longo das décadas, estão pessoas que
chegaram pela primeira vez a locais como o Pólo Norte, o Pólo Sul, a
Lua, o topo do monte Evereste e o ponto mais fundo do oceano conhecido,
na fossa das Marianas.