“Não podemos parar o país por haver três eleições”
1 de abr. de 2019, 09:34
— Lusa/AO Online
António Costa começou
a viagem às 07h30, na Ericeira, concelho de Mafra, e apanhou o
autocarro com o presidente da Câmara, o social-democrata Hélder Silva,
até ao Campo Grande, partindo depois de metro até à estação de
Entrecampos.Daí, já com os ministros do
Ambiente e Infraestruturas, Matos Fernandes e Pedro Nuno Santos, e o
presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, a comitiva seguiu de
comboio até Setúbal.Questionado sobre as
críticas de eleitoralismo feitas pela oposição em relação à medida,
António Costa salientou que “esta foi uma semente lançada há muito
tempo”, e que arrancou em março do ano passado numa cimeira entre o
Governo e as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.“Agora não faz sentido é parar o país porque vamos três eleições, porque senão o país não fazia mais nada este ano”, defendeu.O
primeiro-ministro salientou que, depois das complexas negociações com
os 19 operadores, um segundo momento decisivo foi a aprovação, no último
Orçamento do Estado, da verba necessária para concretizar esta medida.“A
oposição, na altura, votou contra, está no seu direito, não podem agora
que perceberam que a medida é boa dizer que é eleitoralista”, criticou.O primeiro-ministro fez questão de distinguir as críticas dos partidos do que tem ouvido dos autarcas.“Dos
autarcas não tenho ouvido muitas críticas, porque sabem que chega a
todo o país”, afirmou, insistindo que a medida chegará a todas as
Comunidades Intermunicipais, na maioria das quais em maio. “Os autarcas sabem aquilo que os políticos nacionais não sabem: a medida é para todo o país e chega a todo o país”, reforçou.Quanto
ao passe único na Área Metropolitana de Lisboa, Costa classificou-o
como “um trabalho notável feito entre os autarcas e o Governo”.“Permitiu
não só uma redução muito significativa do custo tarifário, mas também
fazer uma coisa com que há décadas se sonhava: um único passe que dê
para toda a Área Metropolitana e para todos os operadores, seja de
autocarro, comboio, barco ou elétrico. Tem a vantagem absolutamente
extraordinária de cada um ter a liberdade de escolher os seus trajetos”,
defendeu.O primeiro-ministro participa em seguida numa cerimónia na Câmara Municipal de Setúbal.A
partir de hoje o novo passe Navegante Metropolitano custa no máximo 40
euros mensais por utente e permite viajar em todos os operadores de
transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa (AML).São
também criados 18 passes Navegante Municipal, um para cada dos 18
concelhos que integram a AML e, neste caso, permite apenas viajar no
concelho para o qual foi adquirido por 30 euros.As
crianças até ao mês em que completam os 13 anos podem viajar
gratuitamente em toda a AML com o cartão Lisboa Viva (no qual se carrega
o passe) e são mantidos os atuais descontos para estudantes,
reformados, pensionistas e carenciados, tendo como referência os novos
preços.Esta medida integra-se no Programa
de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART), que
pretende incentivar o uso dos transportes coletivos nas grandes cidades,
estabelece que as Áreas Metropolitanas de Lisboa (AML) e do Porto (AMP)
e as 21 Comunidades Intermunicipais (CIM) recebam 104 milhões de euros
do Fundo Ambiental, através do Orçamento do Estado, e comparticipem o
programa com um total de 2,6 milhões. A verba estará disponível a partir
de 01 de abril.