O jovem de 17
anos, tricampeão mundial e recordista do mundo, foi recebido no
Aeroporto Humberto Delgado por um largo grupo de colegas e amigos, e
confessou que as quatro medalhas eram o objetivo, mas que nunca pensou
chegar com três ouros.“Estávamos à espera
de quatro medalhas, também com os 100 livres, mas não esperávamos os
três ouros. Foi bastante bom e é uma motivação muito grande para
trabalhar. Espero que o futuro seja ainda mais brilhante e possa, se
calhar um dia, ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos”, afirmou o atleta
do Benfica, acrescentando que “já tinha o recorde na cabeça”,
referindo-se à melhor marca júnior da história nos 50 metros mariposa.Diogo
Ribeiro entrou para o livro dos recordes ao vencer os 50 metros
mariposa em 22,96 segundos, melhorando a marca do russo Andrei Minakov
(23,05) por nove centésimos, sendo que tudo isto foi conseguido um ano
após um grave acidente de moto, que atirou o jovem de 17 anos para uma
cama de hospital.“Há um ano estava numa
cama sem me mexer, agora estou melhor do que nunca. Vamos ver se consigo
manter a minha mente focada e não fazer ‘porcaria’ nestas férias. Foi
muito difícil, mas a minha família esteve sempre ao meu lado, o meu
treinador, o ‘staff’ todo, os meus amigos e todos os meus colegas”
referiu.Uma das partes fundamentais no
processo evolutivo do nadador do Benfica foi o treinador Alberto Silva,
mais conhecido por Albertinho, com quem começou a trabalhar há um ano. O
técnico brasileiro diz que o segredo esteve na evolução do Diogo menino
para o Diogo adulto.“Em Roma [Europeus],
já tinha ficado satisfeito, e não queria criar expectativas para aqui.
Foi tudo ótimo. Eu sei que a pressão aumenta para ele e Roma já tinha
sido muito bom, mesmo sem a medalha. O planeamento, a parte técnica, a
evolução técnica é uma maturidade competitiva de passar de menino para
adulto. Ele tem muito talento, e já estávamos a antever a possibilidade
de ele disputar campeonatos absolutos, portanto a ideia para esta época
era que ele ganhasse essa maturidade” afirmou Alberto Silva, presidente
da equipa técnica da Federação Portuguesa de Natação.Entre as alterações de treino, incluíram-se as idas regulares ao ginásio e a aposta em distâncias mais curtas.“O
Albertinho é um treinador muito bom. Não fazia ginásio, este ano
comecei a fazer, não fazia treinos por velocidade, este ano comecei a
fazer. Fazia treinos maiores, distâncias maiores, e este ano comecei a
trabalhar mais nos detalhes e isso foi a explosão para o meu corpo. Era o
que o meu corpo precisava. Este ano trabalhei nove vezes por semana na
água, quatro vezes no ginásio, todos os dias”, disse o jovem nadador,
que concilia a natação com o ensino online.O
nadador do Benfica teve uma prestação de sonho em Lima, foi ainda
eleito o melhor nadador dos mundiais e, depois de uma semana de férias,
tem já em mente as próximas metas.“Em
primeiro lugar, quero atingir os mínimos olímpicos. Depois, tenho os
Mundiais de Fukuoka e o sonho é, novamente, a medalha”, avançou.Em
Lima, Diogo Ribeiro conquistou os títulos mundiais de juniores de
natação nos 50 metros mariposa, com recorde mundial júnior (22,96
segundos), 50 livres e 100 mariposa.