“Não fizemos tudo bem nos últimos anos no que diz respeito à imigração”
24 de jan. de 2025, 11:05
— Lusa/AO Online
Em entrevista ao Expresso, a imigração foi um dos principais temas, mas também as
autárquicas deste ano ou as presidenciais de 2026, sobre as quais
assumiu ser “importante que haja apenas uma candidatura” do campo
político do PS porque “aumenta as possibilidades de vitória”.Sobre
a questão da imigração, o líder do PS prometeu para o final do mês uma
proposta para acabar com uma “situação de terra de ninguém ou um vazio
na lei” porque foi eliminada a manifestação de interesse, mas recusou
recuperar esse instrumento tal como existia porque aquilo que é preciso é
“encontrar válvulas de escape que permitam a regularização de
imigrantes que estão a trabalhar”.Apontando
efeitos negativos da manifestação de interesse, Pedro Nuno Santos
defendeu “a regulação da imigração de forma eficaz e humanista, com o
outro lado, da integração”.“Não fizemos tudo bem nos últimos anos no que diz respeito à imigração”, assumiu.Na
opinião do líder do PS, o “Estado e o país não se prepararam para a
entrada intensa de trabalhadores estrangeiros”, dando como exemplos o
SNS, a educação ou a habitação.“Quando há
uma procura intensa que coloca pressão sobre os serviços públicos, isso
vai facilitar o discurso divisionista, muitas vezes de ódio, que a
extrema-direita usa contra os trabalhadores estrangeiros. Precisamos, de
uma vez por todas, de falar sobre a imigração de forma descomplexada,
exigente, rigorosa, como infelizmente não se tem feito”, defendeu.Para
Pedro Nuno Santos, quem procura Portugal para viver “tem de perceber
que há uma partilha de um modo de vida, uma cultura que deve ser
respeitada”.Sobre presidenciais, o líder
do PS admitiu que perante a situação atual, com as guerras que decorrem,
“ter um Presidente da República com experiência internacional é
importante”.Questionado se António
Vitorino seria o seu preferido para candidato apoiado pelo PS, Pedro
Nuno Santos respondeu: “a minha preferência é por um candidato da área
do PS que tenha a possibilidade de ganhar”.Referindo
que a “história do PS” é que tenha havido dois candidatos, o líder
socialista reiterou não ser solução o que tem acontecido de o partido
não apoiar ninguém e, caso aparece mais do que um nome, remete a decisão
para um órgão do PS, como a Comissão Nacional.Sobre
autárquicas em Lisboa, manifestou abertura do PS para perceber junto
dos outros partidos “se há base de entendimento”, mas recusou
negociações com base em ajustes no passado.“Ganharemos as autárquicas se tivermos mais autarquias do que o nosso adversário”, disse.Quanto
ao calendário dos estados gerais, que decorrerão entre abril deste ano e
abril de 2026, Pedro Nuno Santos assumiu que este foi pensado para
“qualquer eventualidade” e ponderando a possibilidade de eleições
antecipadas."Nós não sabemos quando haverá eleições, mas o PS tem de estar preparado", disse.