Nanossatélite português ISTSat-1 já emitiu primeiros sinais
11 de jul. de 2024, 16:23
— Lusa/AO Online
Segundo indicou à Lusa o
IST, os sinais foram recebidos ainda na terça-feira, "umas horas depois"
de o nanossatélite ter sido colocado em órbita.Em
comunicado, o IST adianta, sem precisar, que "os dados relativos à
presença de aviões em zonas remotas apenas serão recebidos nas próximas
semanas".Numa nota anterior, o IST referira que os primeiros dados seriam enviados até cerca de um mês depois do início das operações. Posicionado
a 580 quilómetros da Terra, acima da Estação Espacial Internacional, a
"casa" e laboratório dos astronautas, o ISTSat-1, construído por
estudantes e professores do IST, servirá para testar um novo
descodificador de mensagens enviadas por aviões que permitirá a sua
deteção em zonas remotas e aferir a viabilidade do uso de nanossatélites
na receção de sinais sobre o estado de aeronaves, como velocidade e
altitude, para efeitos de segurança aérea.Os
primeiros sinais entretanto já recebidos do nanossatélite "estão a ser
analisados pela equipa" do IST, que "tenta, à distância, perceber o
estado de saúde" do aparelho."A comunidade
portuguesa e internacional de radioamadores tem sido crucial nesse
processo de recolha de informação do satélite", acrescenta o comunicado
do Instituto Superior Técnico, que recebe as informações do ISTSat-1 na
estação de comunicações a funcionar no polo de Oeiras do IST.O
ISTSat-1, um cubo que custou cerca de 270 mil euros, é o primeiro
nanossatélite concebido por uma instituição universitária portuguesa e o
terceiro satélite português a ser enviado para o espaço, depois do
nanossatélite Aeros MH-1, em março, e do microssatélite PoSat-1, em
1993, que envolveram o contributo de empresas.O
nanossatélite do Técnico, lançado ao abrigo de um programa da Agência
Espacial Europeia (ESA) destinado a instituições universitárias, ficará
em órbita entre cinco e 15 anos antes de reentrar na atmosfera, mas a
sua missão terá uma duração menor.Junto
com o ISTSat-1 foram enviados outros pequenos satélites e equipamentos
científicos de instituições, empresas e agências espaciais estrangeiras.