Musk diz que quer tornar Twitter na "fonte de informação mais fidedigna do mundo"
7 de nov. de 2022, 15:05
— LUSA/AO Online
Em mensagens publicadas no Twitter,
onde tem cerca de 25 mil seguidores, o milionário disse ser essa a
“missão” da empresa, acrescentado que a veracidade das informações que
circulam na rede social deve torná-la “de longe” a fonte mais confiável.Na
semana passada, Musk anunciou que o Twitter vai começar a cobrar oito
dólares (8,05 euros) por mês aos utilizadores que pretendam ver o seu
perfil verificado, algo que até ao momento só era disponibilizado, de
forma gratuita, a celebridades, jornalistas, governos e figuras
políticas, científicas e culturais.“A
verificação generalizada irá democratizar o jornalismo e fortalecer a
voz do povo”, defendeu Musk, o homem mais rico do mundo."Jornalistas
que pensam que são a única fonte legítima de informação, essa é a
grande mentira”, acrescentou, em resposta ao comentário de um
utilizador.Sobre a moderação de conteúdo,
Musk, que frequentemente se declara um "absolutista da liberdade de
expressão", disse hoje não ter planos para bloquear um perfil que segue
os movimentos do avião particular do milionário, embora isso represente
"um risco direto à segurança pessoal".Especialistas
em redes sociais já alertaram que a decisão de cobrar dinheiro pela
verificação pode levar a uma erupção de perfis falsos e aumentar o
alcance e impacto da desinformação no Twitter.Em
protesto contra a decisão, algumas celebridades mudaram o seu nome na
plataforma para “Elon Musk”, incluindo a atriz Valerie Bertinelli.A
marca de verificação azul “simplesmente significava que a sua
identidade foi verificada", observou Bertinelli. "Os criminosos teriam
mais dificuldade em fazerem-se passar por outra pessoa”, acrescentou.Em
resposta, Musk ameaçou suspender, de forma definitiva, todas as contas
com nomes falsos, com exceção de perfis que indiquem ser paródias, algo
que já terá acontecido à comediante Kathy Griffin.“Acho
que nem todos os moderadores de conteúdo foram dispensados?”, brincou
mais tarde Griffin depois no Mastodon, uma rede social alternativa.Musk
assumiu o controlo do Twitter na passada semana, depois de comprar a
rede social por 44 mil milhões de euros, tendo dissolvido de imediato o
conselho de administração, além de expulsar os principais quadros e
demitir cerca de metade dos 7.500 funcionários, incluindo toda a equipa
dedicada aos direitos humanos."Não é […]
um começo animador" para a nova gestão do Twitter, disse, no sábado, o
alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk,
que expressou “apreensão sobre o espaço público digital”.