Museu dos Baleeiros quer aumentar acervo de imagens da baleação e pede ajuda à população
2 de out. de 2017, 17:09
— Lusa/AO online
À agência Lusa, o diretor do Museu do Pico, que tem
sob a sua alçada os museus dos Baleeiros, da Indústria Baleeira e do
Vinho, explicou que a iniciativa decorre de uma parceria com a empresa
Comunicar Atitude, sediada na ilha, e no âmbito do ciclo documental
"Baleeiros do Mundo", que prossegue este mês. Segundo Manuel
Costa Júnior, a empresa fez "uma colheita vasta sobre documentários
fílmicos relacionados com a cultura baleeira no mundo" e propuseram que
no auditório do Museu dos Baleeiros se fizesse a sua exibição. O
diretor adiantou que "faria sentido, perante a riqueza documental e
patrimonial das imagens que vinham de todo o mundo, das 'baleagens'
europeias, americanas, asiáticas, aproveitar o momento em que se fazia o
visionamento desses filmes" e dos documentários históricos para pedir
às pessoas que "tivessem fotografias, ou imagens, ou vídeos ou filmes
relacionados com a cultura baleeira no mundo", para os ceder ao museu.
"Essa recolha fortaleceria o Museu do Pico e, ao mesmo tempo,
salvaguardaria, também, esse património que pode vir a perder-se",
justificou Manuel Costa Júnior, referindo que cabe àquela empresa e ao
museu a digitalização das imagens fornecidas. Segundo o
responsável, o Museu dos Baleeiros "tem um acervo muito grande de
imagens", em chapas de vidro, papel e película, e "milhares de imagens
em suporte digital", algumas de coleções particulares. "É um
banco de imagens complexo na medida em que tem uma variedade muito
grande de imagens relacionadas com a cultura baleeira e o imaginário
baleeiro dos Açores", adiantou, realçando que "a hegemonia dessas
imagens é da cultura baleeira regional". O ciclo documental
"Baleeiros do Mundo", que arrancou em abril, continua na quinta-feira
com a exibição de excertos dos filmes "Quando o mar galgou a terra", de
1954, filmado nas Furnas, na Ilha de São Miguel, e "Caça à baleia" nos
Açores, filmado em 1969. Nesse dia, pelas 21:00 locais (mais uma
hora em Lisboa), os visitantes podem ainda ver imagens inéditas
intituladas "Navegar é preciso", filmadas ao largo das Lajes do Pico, na
década de 80, sem som e a cores, e o documentário sobre a baleação na
Madeira "Pela sobrevivência". Já no dia 26, está prevista a
exibição de "Nantucket's Whaling Years", "After the Whale" e "Os últimos
baleeiros", este de 1980 e filmado na ilha do Pico. Instalado
nas antigas casas de botes baleeiros, o museu foi inaugurado em 1988 e
retrata a atividade baleeira que prosperou na ilha entre o século XIX e
os anos 80 do século XX. Anuncia-se como "o único em Portugal
especializado na baleação artesanal, estacional e costeira". O Museu dos Baleeiros é o mais visitado dos Açores, tendo em 2016 ultrapassado os 30 mil visitantes.