Municípios com atividade taurina contra IVA de 13% na tauromaquia
7 de nov. de 2018, 14:57
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, a direção deste grupo de 44 municípios considera que a
proposta inserida no Orçamento do Estado (OE) para 2019 é “meramente
discricionária” para o setor tauromáquico.“Para
os municípios com atividade tauromáquica, a exclusão da descida da taxa
de IVA de 13% para 6% representa uma medida meramente discricionária,
como se pode entender das declarações proferidas pela senhora ministra
da Cultura, e como tal só pode ser sancionada tal posição”, lê-se no
documento.A
ministra da Cultura, Graça Fonseca, afirmou na terça-feira, no
parlamento, que tenciona manter a taxa de IVA de 13% para os espetáculos
tauromáquicos e sublinhou que “há valores civilizacionais que
diferenciam políticas”.“Não
há uma cultura de gosto. Isto não é individual. Todas as políticas
públicas têm na sua base valores civilizacionais que partilhamos e
perfilhamos e as civilizações evoluem”, afirmou a ministra da Cultura no
âmbito da apreciação parlamentar, na especialidade, da proposta de OE
para 2019.Os
municípios com atividade taurina recordam que a tauromaquia é uma
atividade cultural, estabelecida na lei portuguesa como “parte
integrante do património da cultura popular portuguesa”, tutelada pelo
Ministério da Cultura e integrando, ainda, através da secção de
tauromaquia, o Conselho Nacional de Cultura, órgão consultivo daquele
ministério.Além
destes fatores, os municípios consideram que a proposta de OE que
mantém os espetáculos tauromáquicos com uma taxa de IVA de 13%
representa uma “enorme desigualdade” no acesso à cultura, “criando mais
disparidades” e “prejudicando” os territórios de baixa densidade.“Esta
medida representa uma enorme desigualdade no acesso à cultura, criando
mais disparidades, prejudicando sobretudo os territórios de baixa
densidade onde a atividade tauromáquica é na área cultural um dos
principais espetáculos”, lê-se no documento.Nesse
sentido, consideram ainda que os portugueses que vivem e visitam os
territórios com atividade tauromáquica “têm direito” a ter acesso aos
espetáculos tauromáquicos em “situação de igualdade” com outras
manifestações culturais.“A
liberdade de escolha de acesso a todo e qualquer espetáculo deve ter
condições fiscais iguais, de forma a salvaguardar o principio
constitucional da igualdade e do direito à cultura para todos”, lê-se no
comunicado.“Não
podemos ignorar a exclusão de uma área da cultura, com
representatividade económica nos mais diversos territórios,
salvaguardando a diversidade cultural e a identidade desses mesmos
territórios”, acrescentam.Apelam
ainda ao Governo, através do Ministério da Cultura, que “promova os
princípios e direitos constitucionalmente consagrados” no acesso à
cultura, “sem discriminações”, fixando a taxa de IVA no “mesmo valor”
para todas as atividades culturais.Integram
os municípios com atividade tauromáquica Alandroal, Alcácer do Sal,
Alcochete, Almeirim, Alter do Chão, Angra do Heroísmo, Arruda dos
Vinhos, Azambuja, Barrancos, Beja, Benavente, Calheta (Açores), Cartaxo,
Chamusca, Coruche, Cuba, Elvas, Fronteira, Golegã, Lagoa (Algarve),
Lisboa e Moita.Monforte,
Montijo, Moura, Pombal, Portalegre, Póvoa de Varzim, Praia da Vitória,
Redondo, Reguengos de Monsaraz, Sabugal, Salvaterra de Magos, Santa Cruz
da Graciosa, Santarém, Setúbal, Sobral de Monte Agraço, Sousel, Tomar,
Vagos, Velas, Viana do Alentejo, Vila Franca de Xira e Vila Nova da
Barquinha são os restantes.