Municípios com atividade taurina apelam para manutenção da taxa de IVA na tauromaquia
5 de fev. de 2020, 11:33
— Lusa/AO Online
“É
nosso entendimento que a exclusão da atividade tauromáquica da taxa de
6% se traduz numa medida discriminatória e que deve ser corrigida em
sede de especialidade, sob pena de esta apenas vir a contribuir para uma
maior desigualdade no acesso à cultura no nosso país, acentuando ainda
mais o grande desequilíbrio já existente entre as áreas urbanas e os
territórios rurais de baixa densidade demográfica no que diz respeito à
oferta e à fruição de eventos culturais”, lê-se numa carta enviada pela
mesa da secção dos municípios com atividade taurina ao
primeiro-ministro, António Costa. A
proposta de Orçamento do Estado para 2020 prevê que os espetáculos de
tauromaquia passem a estar sujeitos à taxa máxima de IVA (23%) e, apesar
de 40 deputados do PS serem contra esta alteração, o partido já
anunciou que haverá disciplina de voto.Na
carta a que a Lusa teve acesso, a mesa da secção dos municípios com
atividade taurina, que integra Coruche (PS), Moita (CDU), Angra do
Heroísmo (PS), Santarém (PSD) e Vila Franca de Xira (PS), pede “uma
análise mais ponderada sobre as reais consequências da alteração da
aplicação da taxa de IVA prevista para os espetáculos de tauromaquia”. Os
municípios defendem que o aumento do IVA não terá “qualquer expressão
digna de registo em sede de Orçamento do Estado”, mas terá “um impacto
fiscal negativo” nas comunidades que representam, afetando não só a
realização dos espetáculos tauromáquicos, como “todas as atividades
económicas a montante e a jusante”. Por
outro lado, consideram que está em causa a “liberdade de escolha no
acesso a atividades culturais” e o “direito à cultura em igualdade de
circunstâncias”, lembrando que a tauromaquia é reconhecida pela lei
portuguesa como “parte integrante do património da cultura popular
portuguesa”.“É nossa missão defender que o
acesso às artes e à cultura deve ser assegurado em igual medida para
todos os cidadãos, salvaguardando que o direito de acesso às atividades
culturais se efetua em iguais condições para todos os portugueses em
qualquer parte do país”, reiteram.