Municípios açorianos são parceiros na candidatura a Capital Europeia da Cultura
1 de jul. de 2021, 12:19
— Lusa/AO online
Na
cerimónia, que aconteceu na quarta-feira, em Santa Cruz da Graciosa,
não estiveram presentes representantes das Câmaras Municipais de Santa
Cruz das Flores e Lajes das Flores, bem como de São Roque e Lajes do
Pico, mas o documento conjunto é assinado pelos 19 municípios dos
Açores, adiantou hoje à Lusa fonte da Câmara Municipal de Ponta Delgada.Para
a presidente do município que lidera a candidatura, esta parceria
evidencia a “disponibilidade das nove ilhas para a cooperação em torno
de um objetivo transversal e partilhado, como o da valorização e
promoção de um território arquipelágico enriquecido pelas suas
diferenças”.Maria
José Lemos Duarte considera que o projeto promove “o encontro, a união e
a convergência, porque estes são valores de uma Europa de que somos
parte, heterogénea, multicultural e, sobretudo, de pontes dentro e fora
das suas fronteiras”.A
autarca, que falava na cerimónia de assinatura do memorando, destacou
ainda que esta é uma “oportunidade inigualável de uma geração para
lançar as bases para o desenvolvimento sustentável, através de políticas
públicas culturais capazes de gerar a riqueza, bem-estar e felicidade
das populações e de coesão económica e social da região”.Já
o anfitrião da cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Santa
Cruz da Graciosa, Manuel Avelar, disse ter “a real expectativa que, por
via desta ação simbólica, se iniciará uma relação de colaboração entre
todos os parceiros, com vista à realização de um objetivo comum, que é
promover e divulgar a vasta cultura açoriana, quer nos inúmeros aspetos
que todos partilhamos, quer também em tudo aquilo que nos diferencia,
identifica e, no fundo, nos enriquece como um todo”.António
Pedro Lopes, diretor artístico da candidatura Azores 2027, adiantou que
a equipa coordenadora decidiu construir o projeto “de baixo para cima,
com as pessoas” e lembrou o “périplo pelas nove ilhas dos Açores”, que
ainda decorre, com auscultações públicas em que todos são convidados a
participar.O
responsável ressalvou que, apesar de ser conduzido pelo município de
Ponta Delgada, este “é um projeto de âmbito regional” e isso “não é uma
coisa que se diga só da boca para fora”.“Juridicamente,
há uma cidade que põe de pé, mas, se a região estiver com ela e se
quiser aproveitar a oportunidade para criar pontos de cooperação,
iniciar conversas e fortalecer a relação, não só entre as ilhas, mas das
ilhas com a Europa e com o mundo, só temos todos a ganhar. E, nesse
sentido, já estamos a ganhar”, reiterou.O
diretor artístico terminou a sua intervenção com um apelo aos autarcas
presentes: “que este seja o primeiro encontro e que não tirem os pés da
ilha da Graciosa sem marcarem o próximo”, porque, quando as pessoas se
juntam, “os bairrismos caem, as pontes, mesmo que sejam invisíveis e
simbólicas, acontecem”.Portugal lançou, no final de novembro, o convite para as cidades se candidatarem a Capital Europeia da Cultura em 2027.As candidaturas estão abertas até 23 de novembro de 2021.A
verba disponível para a Capital Europeia da Cultura 2027 é de 25
milhões de euros, anunciou em outubro o Ministério da Cultura.Aveiro,
Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Leiria, Guarda, Oeiras e Viana do
Castelo também já manifestaram intenção em serem Capital Europeia da
Cultura 2027.A
decisão final sobre a cidade vencedora será tomada em 2023, por um júri
composto por 12 peritos, entre os quais 10 nomeados pelas instituições
da União Europeia e dois pelo Governo português.