Município de Angra do Heroísmo com orçamento de 27,6 milhões de euros em 2022
22 de dez. de 2021, 13:53
— Lusa/AO Online
“O orçamento é sensivelmente o mesmo
do ano anterior, até porque o Orçamento do Estado para o próximo ano
ainda não se encontra aprovado, portanto, partimos do princípio de que
as receitas provenientes do Orçamento do Estado são as mesmas, avançou em declarações à Lusa o presidente do município, Álamo Meneses
(PS).Segundo o autarca, as receitas
provenientes do Orçamento do Estado “representam cerca de 49% das
receitas municipais”, mas também não haverá aumento de taxas e de
impostos, por isso as receitas do orçamento municipal para 2022 serão
“sensivelmente as mesmas”.“Foi possível
com a internalização dos serviços municipalizados criar um conjunto de
poupanças que permite manter durante mais alguns anos os preços sem
aumento”, afirmou, alegando que o preço das taxas de água e resíduos se
mantém sem alterações há 11 anos.Este ano,
o orçamento da autarquia de Angra do Heroísmo foi de 26,3 milhões de
euros, estando previsto para 2022 um montante de 27,6 milhões de euros.O
principal investimento inscrito no orçamento volta a ser o novo mercado
municipal, orçado em cerca de 7,5 milhões de euros, cujo arranque da
obra é adiado há três anos.“A construção
do novo mercado é um desejo antigo e continua à espera de resolução de
questões na área cultura”, avançou Álamo Meneses, acrescentando que está
a ser elaborado um “estudo de impacte patrimonial”.O
autarca socialista, que cumpre o terceiro mandato, salientou também “um
investimento relativamente grande” na requalificação de pavimentos,
sobretudo no centro histórico da cidade, em que decorre há vários anos
uma intervenção nas calçadas.Entre as
obras previstas para 2022, algumas das quais já iniciadas, estão ainda a
reconstrução de duas igrejas, em ruínas desde o sismo de 1980, a
recuperação das piscinas municipais, a substituição de redes de águas, a
requalificação da orla costeira em São Mateus e a substituição de pisos
de dois campos de futebol.“Está previsto o
arranque de um conjunto de novas iniciativas que vão ter o seu início
ao longo deste ano, mas é também um orçamento de encerramento de um
volume muito grande de obras do mandato anterior que, devido às questões
da covid-19, acabaram por se prolongar”, afirmou Álamo Meneses.Segundo
o autarca, a dívida do município é de cerca de 9 milhões de euros, mas 6
milhões são relativos ao “pagamento do empréstimo feito para a
construção de bairros sociais”, suportado pelo Governo Regional e pelo
Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).“Temos
uma dívida muito pequena na casa dos 3 milhões de euros”, frisou,
acrescentando que, em 2021, houve uma “redução de 1,6 milhões de euros” e
não está previsto “qualquer empréstimo em 2022”.O
orçamento foi aprovado em reunião de câmara e em assembleia municipal
com os votos contra de PSD, CDS-PP e PPM, que concorreram coligados.Para a vereadora eleita pela coligação Sandra Garcia, o PS apresentou um “orçamento sem visão e sem arrojo”.“Se
há disponibilidade financeira e, numa altura em que precisamos de
potenciar a nossa economia e a nossa agricultura, acho que se podia ter
feito um esforço de um maior investimento”, salientou.Sandra
Garcia criticou ainda a “pseudo-negociação” que, “à partida ficou
inquinada”, com o executivo socialista, alegando que foi exigido um
sentido de voto à oposição antes de ser negociada a inscrição de
propostas da coligação no orçamento.“O que
nos poderia eventualmente fazer mudar o sentido de voto,
tendencialmente contra, seria o facto de vermos as nossas propostas
incluídas”, explicou, acrescentando que a coligação não passa “cheques
em branco”.