Municipio das Velas com 9,3 ME no orçamento em 2023
20 de dez. de 2022, 20:10
— Lusa/AO Online
Na Assembleia Municipal das Velas, o documento foi aprovado com os
votos a favor do CDS-PP, que lidera a Câmara Municipal, e do PSD.O PS e a CDU abstiveram-se, com um dos quatro deputados socialistas a votar com os partidos da direita.Luís
Silveira, presidente da Câmara Municipal das Velas, citado em nota de
imprensa, indicou que este é um orçamento que “surge após uma pandemia
de dois anos", tendo-se "passado este ano por uma crise sismovulcânica" e
"estando em curso uma guerra no mundo que tem alterado os mercados, em
alta”.Segundo o autarca, esta situação
“fez o município usar dos seus recursos próprios para ajudar as
empresas, instituições e as famílias”, sendo que o orçamento é “bem
demonstrativo da capacidade da autarquia em continuar a desenvolver o
concelho de forma sustentada, equilibrada e com elevados rácios
positivos", que estão "bem patentes no Anuário Financeiro dos Municípios
Portugueses”.Luís Silveira refere que o
orçamento para 2023 “é realista e exequível” e “tem por base os seus
fundos próprios, mas também as receitas no âmbito do próximo quadro
comunitário de apoio, prevendo-se uma receita global na ordem dos 9,3
milhões de euros. A despesa corrente
atinge os 4,8 milhões de euros, sendo a despesa de capital de cerca de
4,3 milhões e os encargos com dívida à banca na ordem dos 270 mil euros.
O documento prevê a realização de várias
obras e uma série de investimentos nas áreas social, cultural,
recreativa e desportiva, mas também a “criação de mais e melhores
condições de vida de forma generalizada aos munícipes”. O
autarca considera que este orçamento “será certamente um contributo
para o desenvolvimento da economia local, continuando a ser amigo das
famílias, mantendo o IMI nos mínimos, bonificando os agregados com
filhos”.O orçamento devolve às famílias a
totalidade das receitas próprias do município em sede de IRS,
“permitindo-lhes beneficiar de um melhor rendimento mensal, sendo mesmo o
município da região com a menor carga fiscal para as famílias e
empresas”, de acordo com o presidente da edilidade. Segundo
o documento, está previsto aumentar o apoio social por via do
“significativo valor na atribuição de bolsas de estudo aos jovens do
concelho e do apoio à natalidade", bem como "através do mesmo apoio à
Associação de Bombeiros para a manutenção de um corpo permanente de
primeira intervenção para socorro à população”.O orçamento contempla ainda “a disponibilidade orçamental para continuar a apoiar as instituições do concelho".Luís
Silveira sublinha a “atenção especial dada ao aumento considerável de
recursos financeiros a atribuir às juntas de freguesia, por via dos
contratos de delegação de competências, que atinge no presente mandato
autárquico um aumento 20% em relação ao anterior”. “Este
é um orçamento que mantém uma postura de proximidade com o setor
empresarial, continuando a não cobrar o imposto de derrama às empresas,
permitindo-lhes reinvestirem os lucros no concelho, criando mais riqueza
e mantendo e gerando novos postos de trabalho”, afirmou.Para
o deputado municipal da CDU, António Machado, que se absteve na
votação, "não é que este seja um bom orçamento", uma vez que "repete o
ano passado", mas contém medidas sociais num momento de crise."Ainda
é pouco expressivo nas áreas sociais e culturais, atendendo à luva
financeira mais confortável que dizem ter", declarou António Machado à
Lusa.A deputada municipal Paula Amarante
(PSD) justificou o voto favorável ao documento por se tratar de um "bom
orçamento" que vai "de encontro às expectativas na parte social",
exemplificando com as taxas fiscais mínimas praticadas.Acresce que o documento contempla várias obras que tinham sido prometidas e que estão inscritas, segundo a deputada.O
deputado socialista João Paulo Oliveira, também em declarações à Lusa,
justificou a abstenção com as "ajudas às famílias e empresas" inscritas
no orçamento, ressalvando que se "deveria ter ido mais além,
nomeadamente nos apoios aos mais idosos, através do cartão do idoso"."Não
é esse o nosso orçamento, mas regista-se o valor mínimo do IMI, a
devolução do IRS às famílias e a derrama. Contudo, poderia ter-se ido
mais além nos apoios sociais", concluiu o deputado.