Município da Praia da Vitória aumenta orçamento para 25,3 ME em 2021
10 de dez. de 2020, 14:50
— Lusa/AO Online
“Em
2018, apresentámos um orçamento de 15,3 milhões de euros, em 2019 de
16,5 milhões de euros, em 2020 de 18,2 milhões de euros e este ano de
25,3 milhões de euros. Uma trajetória crescente e ascendente”, avançou, em conferência de imprensa, o presidente da câmara, Tibério Dinis.O
orçamento da Câmara Municipal da Praia da Vitória foi aprovado na
quarta-feira em reunião camarária, com os votos favoráveis do PS e a
abstenção dos vereadores do PSD, sendo votado no dia 23 em Assembleia
Municipal, onde o PS tem maioria absoluta.Segundo
Tibério Dinis, o crescimento do montante global do orçamento resulta,
por um lado, do “esforço de reestruturação da dívida”, mas também de
“uma concentração maior da execução dos fundos comunitários”.“A
Câmara Municipal tem o seu 'plafond' todo candidatado, portanto temos
de executá-lo para não desperdiçar um cêntimo que seja do financiamento
europeu”, frisou, acrescentando que até ao momento já foram executados
50% dos cerca de 12 milhões de euros de fundos comunitários afetos ao
município.A dívida atual da câmara
municipal ronda os 8 milhões de euros, mas a dívida consolidada, que
inclui todo o grupo municipal, é de cerca de 20 milhões.“Todo
o grupo municipal, por ano, reduz a dívida em cerca de 1,5 milhões de
euros. Para 2021 serão pagos três empréstimos que vão deixar de exigir
de investimentos que foram feitos no início da década de 90”, avançou o
autarca.O executivo camarário aprovou,
ainda, por unanimidade, que a cooperativa Praia Cultural assuma o ativo e
o passivo da Sociedade para o Desenvolvimento do Concelho da Praia da
Vitória e da empresa municipal Praia em Movimento e que a médio prazo a
autarquia internalize toda a atividade, passivo e ativo da cooperativa
Praia Cultural.Desta forma, a médio prazo,
o município terá apenas participação na empresa municipal Praia
Ambiente e na Empresa Municipal de Gestão e Valorização Ambiental da
Ilha Terceira (TERAMB), em que participa juntamente com o município de
Angra do Heroísmo. “É um processo gradual.
Assim foi a cada um dos orçamentos, de forma sustentável, para que
possamos ter um grupo municipal mais coeso. Também, naturalmente, há
aqui ganhos na sua operacionalização, há também ganhos no âmbito da
reestruturação financeira, porque é mais fácil negociar com os
credores”, justificou o autarca.Dos 25,3
milhões de euros do orçamento, 14,9 correspondem a despesas correntes e
10,4 milhões de euros a investimento, sendo a obra com maior impacto a
construção do parque empresarial da vila das Lajes, que deverá arrancar
no primeiro trimestre de 2021, num investimento total de cerca de 3
milhões de euros.A habitação e a ação
social são as áreas que representam uma maior fatia do orçamento, com
3,4 milhões de euros, seguindo-se o comércio, empreendedorismo e
competitividade com 1,5 milhões, os transportes e comunicações com 1,4
milhões e o ambiente e conservação da natureza com 1,2 milhões.Uma
das novidades deste orçamento é a criação do Projeto de Interesse
Municipal, em que o município da Praia da Vitória atribuirá um apoio até
40% do investimento próprio (até um limite de 100 mil euros) e isentará
de taxas projetos implementados no concelho e selecionados por uma
comissão de análise independente.A
principal prioridade do município em 2021, de acordo com o autarca, será
a mitigação dos efeitos económicos e sociais da pandemia de covid-19.Nesse sentido, serão mantidas, por exemplo, no primeiro trimestre do ano, isenções de taxas e licenças.“Conforme
a evolução, temos aqui desafios ao nível do impacto nas associações
desportivas, nas associações culturais, etc. A cada um dos momentos
havemos de tomar as medidas que sejam necessárias”, apontou Tibério
Dinis, alegando que o município tem sustentabilidade financeira para
fazer “face às necessidades de responder com rapidez e celeridade”.A
autarquia vai manter também em 2021 as taxas e impostos nos valores
“mínimos” e voltará a não cobrar derrama às empresas do concelho.