Saúde
Mulheres podem fazer auto-exame ao cancro do colo do útero
As mulheres portuguesas poderão fazer a sua própria colheita de células para exame ao cancro do colo do útero, uma alternativa ao Papanicolau que está a ser utilizada com “grande sucesso” em países como a Holanda.

Autor: Lusa/AOonline
O presidente da Sociedade Portuguesa de Papilomavirus (SPPV), Rui Medeiros, explicou à Lusa que este auto-teste tem a forma de um tampão e permite às mulheres colherem células do colo do útero para posterior análise laboratorial.

    O objectivo é que este teste identifique a existência de células que possam revelar a presença do Vírus do Papiloma Humano (HPV), principal causa do cancro do colo do útero, que mata anualmente 300 mulheres em Portugal.

    A alternativa está a ter “grande sucesso” em países como a Holanda, Brasil e África do Sul e estará em análise sexta-feira durante uma conferência que decorre no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto sobre o tema “HPV, as Vacinas e o Rastreio do Cancro do Colo do Útero”.

    De acordo com Rui Medeiros, que coordena o Grupo de Oncologia Molecular e Virologia do IPO do Porto, esta auto-colheita - que é assegurada com um kit especial, com a forma de um tampão - não substitui a consulta ginecológica, mas pode chegar a mulheres que, pelas mais variadas razões, não vão ao médico.

    Actualmente, o exame à presença do HPV faz-se com o recurso ao Papanicolau, exame ginecológico que recolhe células no colo do útero, as quais são posteriormente analisadas em laboratório.

    Com este auto-exame, as mulheres não precisam, numa fase inicial, de ir ao médico.

    Contudo, e consoante o resultado do exame, serão ou não encaminhadas para um ginecologista.

    Na Holanda, afirmou Rui Medeiros, os resultados são muito bons, tal como no Brasil e na África do Sul.

    Rui Medeiros adiantou que a alternativa vai estar em análise, cabendo às autoridades acatar ou não a proposta da sua introdução em Portugal.

    Actualmente, está em curso um rastreio ao cancro do colo do útero nas regiões Centro e Alentejo. Em breve, avançará o rastreio no Norte.

    Em Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está a realizar um rastreio em vários bairros da cidade.