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Muita euforia no primeiro Dia da Criança pós-pandemia

O Dia Mundial da Criança foi celebrado quarta-feira, 1 de junho, um pouco por toda a ilha de São Miguel, com  muita euforia e, por vezes, alguma estranheza com a aglomeração de pessoas, não fosse esta a primeira celebração pós-pandemia de Covid-19.


Autor: Carolina Moreira

Em Ponta Delgada, o centro histórico encheu-se de crianças do pré-escolar ao primeiro ciclo, confirmando-se a previsão da autarquia de reunir mais de 2700 meninos e meninas.

No meio dos ‘pula-pulas’, das atividades educativas e das fotos com as mascotes de desenhos animados, eram visíveis os sorrisos rasgados com um toque avermelhado dos gelados do Homem-Aranha que eram oferecidos aos miúdos e graúdos que os acompanhavam.

Após dois anos de pandemia, em que as crianças se viram privadas de convívio, houve lugar a várias estreias nas celebrações do Dia da Criança, como foi o caso de Joel, com 9 anos, da escola EB1/JI do Livramento.

“É a primeira vez que venho a um Dia da Criança na cidade por causa da pandemia. Agora quero vir todos os anos”, confessou entre risos. Ao jornal, disse estar a gostar “muito” do dia. “Já fui à Polícia, aos ‘pula-pulas’ e até recebi um lápis. Também fui ver os animais, mas não peguei neles”, contou.

O dia de ontem foi também uma estreia para Isabel, com 7 anos, da escola EB1/JI Prof. Dr. Alexandre Linhares Furtado, na Fajã de Baixo.

“Está a ser divertido, já fizemos quase todas as atividades menos o ‘pula-pula’”, relatou enquanto se preparava para tirar os ténis e entrar no insuflável. “Aquilo que eu gostei mais foi de tirar fotos com o Mickey”, confessou.

No meio do entusiasmo, e apesar da tenra idade, Isabel não quis deixar de fazer um reparo ao ambiente à sua volta: “É um bocadinho esquisito ver toda a gente junta sem máscara. Parece que acabou a Covid, mas ainda não acabou”, constatou.

A sua professora, Natália Bettencourt, salientou que foi “a primeira vez que saí com eles de autocarro”. “Os miúdos vieram felicíssimos. Só ficam tristes com as filas para conseguirem fazer as atividades, mas estão a  adorar o Dia da Criança”, disse.

Na fila para as atividades da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, o jornal encontrou uma turma do 4.º ano do Colégio do Castanheiro.

Os alunos Francisco e Isabel, ambos com 9 anos, regozijaram-se, quase de imediato, com o regresso às comemorações do Dia da Criança. 

“Já tínhamos vindo há uns anos, mas parámos por causa da pandemia. Estamos muito felizes por voltar, é muito giro, tem muitas pessoas e está a ser muito divertido estar aqui porque assim também descansamos das aulas”, frisaram.

Até ao momento, já tinham realizado jogos de matemática, frequentado o “planeta da fruta, dos cereais e do leite” e até comido “bolachas Mulata dos Açores e gelados”.
Apesar da alegria que diziam sentir, apontaram ser “estranho ver tantos colegas juntos aqui, porque estivemos muito tempo fechados em casa”, mas “é muito giro estarmos a voltar cá e estarmos a relembrar o passado”, relataram.

Já a colega de turma Beatriz, também com 9 anos, fez questão de explicar ao jornal o impacto da pandemia na sua vida. “Quando entrámos em quarentena fiquei triste e depois de estarmos tanto tempo em casa já não me lembrava da maior parte das pessoas”, salientou, por isso disse sentir-se “muito feliz” por voltar a celebrar o Dia da Criança em Ponta Delgada.

A professora Renata Monteiro relatou que “os miúdos estavam ansiosos por voltarem a fazer atividades deste género. Esta turma nos últimos anos foi muito vitimizada pela pandemia, em termos de saídas do Colégio e da participação em atividades para a idade deles. De maneira que, para eles, está a ser muito giro, estão muito entusiasmados e estamos a tentar chegar um pouco a cada um dos ateliers, mas não sei se vamos conseguir, vamos ver”, contou.

Segundo Renata Monteiro, “a primeira coisa que os alunos nos disseram quando saíram do autocarro foi ‘Como é que vai ser? Não temos máscara...’ e eles nem usam máscara! Deu para perceber a sua preocupação e alguns deles estão até um pouco incomodados com a situação, mas pronto faz parte e temos de recuperar o tempo perdido e tentar regressar à normalidade”, salientou.

Não obstante a estranheza das crianças com os aglomerados, reinou a euforia no centro histórico de Ponta Delgada e a promessa de regressar no próximo ano.