“Mudar a ministra sem mudar a política não adianta absolutamente nada”
Demissão Marta Temido
30 de ago. de 2022, 12:25
— Lusa/AO Online
“A responsabilidade da perda de condições do
SNS e da perda das suas valências, a responsabilidade de o SNS ter cada
vez menos capacidade não é a responsabilidade de uma ministra, é a
responsabilidade de todo um Governo que decidiu não investir na
capacidade instalada do SNS, que decidiu não acordar condições de
trabalho para que os seus profissionais, formados no SNS, ficassem no
SNS”, criticou a líder bloquista numa conferência de imprensa na sede do
BE para comentar a demissão de Marta Temido do cargo de ministra da
Saúde.Para Catarina Martins, “uma linha de
continuidade na saúde é o desastre” e “mudar a ministra sem mudar a
política não adianta absolutamente nada”.“Não
há tempo a perder. O que é preciso neste momento é uma alteração não
apenas de ministra, mas de política para o SNS e deixarmos este remendo
permanente em que tudo o que o governo tem para oferecer ao SNS são
horas extraordinárias ou prestadores de serviços. O que o SNS precisa é
de investimento e de profissionais com condições”, apelou.Adiar
os investimentos e as carreiras que possam fixar profissionais no SNS
“tem sido a política do Governo e, na verdade, a demissão de uma
ministra não resolverá o problema”, enfatizou a coordenadora do BE.“Todos
os dias o SNS está a perder capacidade e essa é uma escolha de António
Costa, essa é uma escolha do Governo do PS que não vem dos últimos cinco
meses, que é mais longa e pela qual Marta Temido não pode ser
responsabilizada individualmente como é natural e eu nunca o faria”,
enfatizou.A ministra da Saúde, Marta
Temido, apresentou hoje a demissão por entender que “deixou de ter
condições” para exercer o cargo, que foi aceite pelo primeiro-ministro.“A
ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou hoje a sua demissão ao
primeiro-ministro por entender que deixou de ter condições para se
manter no cargo”, dá conta uma nota enviada às redações na madrugada de
hoje.