MP faz buscas por suspeitas de uso ilegítimo de dinheiro do Santa Clara
6 de mar. de 2023, 17:18
— Lusa
Segundo
a nota publicada na página do Departamento Central de Investigação e
Ação Penal (DCIAP), as buscas foram efetuadas a residências em Ponta
Delgada, Vila Nova de Famalicão, Moimenta da Beira, Espinho, Lisboa e
ainda na Madeira. Foram também alvo de buscas escritórios de advogados
situados em Lisboa e nos Açores e três empresas açorianas.“Em
causa estão factos suscetíveis de constituir a prática de crimes de
branqueamento de capitais, participação económica em negócio, peculato e
abuso de confiança”, salientou o MP, acrescentando que a investigação
do DCIAP conta com o apoio do Departamento de Investigação Criminal dos
Açores da Polícia Judiciária (PJ).Entretanto,
a PJ emitiu também um comunicado sobre a investigação em curso,
intitulada “Operação Milhafre”, que confirmou que as sedes do clube e da
sociedade anónima desportiva (SAD) açoriana estão entre os locais
visados pelas autoridades. “Entre outras
factualidades, em causa estão fluxos financeiros a crédito e a débito
entre as contas da sociedade desportiva com as de várias empresas e
destas com contas bancárias sediadas em paraísos fiscais, sem que haja
justificação da origem e do destino desses valores”, pode ler-se na nota
divulgada.A operação que está a ser
desenvolvida conta com o auxílio da Unidade Nacional de Combate à
Corrupção (UNCC), a Diretoria do Norte e dos Departamentos de
Investigação Criminal da Madeira, de Braga e de Vila Real, além da
Unidade de Perícia Tecnológica e Informática.Também
o Santa Clara já se pronunciou sobre as buscas efetuadas e assegurou
que as suspeitas de alegada utilização ilegítima de dinheiro estão
relacionadas com atos de gestão de administrações anteriores. “Esta
recolha de documentação está relacionada com atos de gestão de
administrações anteriores”, avançou o clube açoriano num comunicado,
deixando uma garantia de abertura à justiça: “Esta SAD colaborou – e
assim continuará sempre a fazer – com a investigação das autoridades,
aguardando pelo normal curso da justiça”.