Movimento Ponta Delgada para Todos abstém-se no orçamento de 2026 para salvaguardar PRR
Hoje 17:24
— Lusa/AO Online
“O grupo
municipal do Movimento Cívico e Independente Ponta Delgada para Todos
(PDLPT) optou pela abstenção na votação do Orçamento Municipal,
assumindo uma posição de responsabilidade institucional, com o objetivo
de salvaguardar a execução dos investimentos previstos no âmbito do
Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), designadamente na área da
habitação”, avançou em comunicado de imprensa.A
Assembleia Municipal de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos
Açores, aprovou, no dia 23, o orçamento camarário para 2026, no valor de
99,4 milhões de euros, que aumenta 3,56% face a este ano.O
documento, que já tinha sido aprovado em reunião de câmara, foi
aprovado em Assembleia Municipal, por maioria, com votos a favor dos
deputados do PSD e do movimento Santa Clara Vida Nova, um voto contra da
Iniciativa Liberal e abstenções dos eleitos de Chega, PS e Movimento
Ponta Delgada para Todos.Apesar de se ter
abstido, o movimento independente, que ficou em segundo lugar nas
eleições autárquicas de outubro, em Ponta Delgada, elegendo três
vereadores (tantos quanto o PSD), lamentou que as suas propostas de
alteração ao orçamento para 2026 não tenham sido aprovadas.O
PDLPT salientou que apresentou “propostas nas áreas da habitação, do
estímulo à economia local e do combate à crescente calamidade social
vivida nas ruas de Ponta Delgada”, mas foram rejeitadas por PSD e PS,
com a abstenção de Chega e IL.O movimento
lembrou que as propostas tinham sido recusadas em reunião de câmara,
“com o argumento formal de terem sido submetidas algumas horas após o
prazo limite fixado pelo presidente”.No
entanto, alegou que a votação em assembleia municipal comprovou que não
estava em causa “a questão temporal nem a qualidade técnica das
propostas”, mas antes uma “opção deliberada de bloqueio e neutralização
das iniciativas apresentadas pelo PDLPT, independentemente do seu mérito
ou interesse público”.O PDLPT lamentou que tenha sido rejeitada, com os votos contra do PSD e
a abstenção de PS e Chega, “uma proposta para a definição de uma
estratégia integrada de intervenção no Centro Histórico, visando
combater o abandono do comércio tradicional e a degradação urbana”.“Esta
decisão inviabilizou a construção de uma estratégia concertada para
enfrentar uma realidade que a maioria das forças políticas reconheceu
como prioritária durante o período eleitoral, mas que, volvidos três
meses, deixou de merecer ação política consequente”, apontou.O
movimento criticou ainda o facto de o orçamento ter “centenas de
rubricas no valor de 100 euros”, acusando o executivo de querer
“distribuir pouco a muitos”.Segundo o
presidente do município de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral,
eleito pelo PSD, o orçamento municipal para 2026 apresenta um
crescimento de 3,56% face a 2025.“As
receitas correntes aumentam 14%, atingindo 57,26 milhões de euros,
enquanto as receitas de capital ascendem a 27,38 milhões de euros, onde
se destaca o reforço do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que
assegura 16,1 milhões de euros para a habitação, permitindo concretizar o
maior programa de investimento habitacional alguma vez realizado no
concelho”, adiantou, em nota de imprensa, aquando da aprovação do
documento em assembleia municipal.