Movimento de professores pede ao Governo investimento sem adiamentos
OE2026
6 de out. de 2025, 16:38
— Lusa/AO Online
"Fazemo-lo a poucos dias da entrega do
Orçamento do Estado para 2026, para exigir que este não repita
adiamentos e finalmente assuma a Educação como prioridade nacional, com
investimento efetivo e medidas estruturais", lê-se no documento
divulgado, por ocasião do Dia Mundial do Professor, 05 de outubro.Segundo
a missiva, o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando
Alexandre, recorre a "uma retórica que os docentes escutam com cansaço e
indignação, porque não encontram nela correspondência prática"."Na
realidade, o que tem crescido não é a valorização, mas o trabalho, o
desgaste e a desilusão. A Escola Pública vive à custa do esforço e da
resiliência de quem a mantém viva, mas esse esforço não pode continuar a
ser tomado como garantido", argumenta-se.Para
aquele movimento cívico, há que fazer "corresponder os salários dos
professores à importância que o seu papel tem na sociedade" e, "enquanto
os vencimentos não se mostrarem condignos (à entrada e à saída da
profissão), não há forma de atrair e manter profissionais na Escola
Pública, que desertifica ano após ano"."As
decisões estruturais, da revisão salarial à definição das regras de
progressão, ficam nas mãos de outros ministérios, enquanto o da Educação
aguarda, em silêncio, o que lhe é determinado. A autoridade que
aparenta em público não tem correspondência na prática: é um ministro
que anuncia, mas não concretiza; promete, mas não decide", lamenta-se.A
carta cita ainda a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE) e o portal estatístico PORDATA para comparar que em
Portugal a despesa pública em Educação representa 4,3% do Produto
Interno Bruto (PIB), enquanto os restantes países-membros investem cerca
de 5%.