Movimento antitouradas alerta para "desrespeito" de direitos das crianças
O Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA) alertou para "a grave situação de desrespeito pelos direitos das crianças que se vive repetidamente na ilha Terceira".

Autor: Lusa/AO online

 

Em comunicado, o MCATA "congratula-se" com "o reconhecimento por parte do Comité dos Direitos das Crianças da ONU de que a tauromaquia é um espetáculo violento que coloca em risco a saúde física e mental das crianças que assistem ou participam nela" e critica o Governo Regional e as autarquias açorianas por financiarem eventos tauromáquicos.

"Todas estas situações têm sido repetidamente denunciadas pelo MCATA. Mas o Governo Regional e as autarquias, financiadores destes eventos, nunca tomaram as devidas medidas para proteger as crianças, naquilo que constitui um vergonhoso desrespeito pelos seus direitos", refere o movimento.

O MCATA considera "ilegais" dois eventos que decorrem na ilha Terceira, nas Sanjoaninas, festas concelhias de Angra do Heroísmo. Na "tourada para crianças" e na "espera de gado", referem, "participam crianças em contacto direto" com os touros e "são expostas a um evidente perigo físico".

"É ainda possível verificar em todas as touradas organizadas na ilha Terceira a presença ilegal de crianças menores de seis anos entre os espectadores, chegando-se ao cúmulo de, em algumas touradas, ser oferecida a entrada gratuita aos menores de dez anos", acrescenta o MCATA.

Esta semana, a Tertúlia Tauromáquica Terceirense (TTT), a mais antiga coletividade dinamizadora de espetáculos taurinos nos Açores, considerou “preconceituosa” e “parcial” a recomendação da ONU para limitar a participação de crianças em touradas.

Por outro lado, o BE/Açores anunciou que vai avançar com uma iniciativa no parlamento regional com o objetivo de proibir os apoios públicos às touradas na região.