Morreu o encenador e ator Carlos Avilez, fundador do Teatro Experimental de Cascais
22 de nov. de 2023, 11:46
— Lusa/AO Online
De acordo com a mesma fonte, Carlos Avilez deu
entrada na terça-feira no Hospital de Cascais com uma indisposição, e
viria a falecer cerca das 02:00 da madrugada de hoje naquela unidade
hospitalar. Carlos Vitor Machado,
mais conhecido por Carlos Avilez, nasceu em 1935, como confirma o Teatro
Experimental de Cascais, e estreou-se profissionalmente como ator em
1956, na Companhia Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro, onde permaneceu
até 1963.Com uma vida dedicada ao teatro,
foi um dos fundadores do Teatro Experimental de Cascais (TEC), que
completou 58 anos de existência a 13 de novembro último."O
TEC está muito consternado com o falecimento desta figura notável do
teatro. Ele estava com a saúde fragilizada, mas continuou sempre com
muita vontade de trabalhar, porque ainda encenou a peça 'Electra', que
estreou a 18 de novembro", segundo a mesma fonte.Esta
última peça encenada por Avilez, a partir da trilogia “Electra e os
fantasmas”, de Eugene O'Neill - a 177.ª produção do Teatro Experimental
de Cascais – estreou-se no auditório Academia Artes do Estoril, no Monte
Estoril, Cascais, a 18 de novembro, e ficará em cena até 17 de
dezembro.Carlos Avilez foi presidente do
Instituto de Artes Cénicas, diretor do Teatro Nacional S. João, no
Porto, e diretor do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, tendo
fundado a Escola Profissional de Teatro de Cascais, a cuja direção
pertencia, integrando, também, o corpo docente.Em
1964, dirigiu o Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra
(CITAC), trabalhou com o ator Raúl Solnado no Teatro Villaret, em
Lisboa, e em 1970 foi diretor artístico e responsável pelo dia
consagrado a Portugal na Expo'70 em Osaka, no Japão.Em
1979 foi nomeado, juntamente com Amélia Rey Colaço, diretor da
Companhia Nacional de Teatro I - Teatro Popular, então sediada no Teatro
São Luiz, em Lisboa.Trabalhou em França
com Peter Brook e na Polónia com Jerzi Grotowsky, e, além de teatro,
encenou várias óperas entre as quais "Carmen", "Contos de Hoffmann", "As
Variedades de Proteu", "O Capote", "Inês de Castro", "O Barbeiro de
Sevilha" e "Madame Butterfly".Foi
agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique em 1995 e com as Medalhas
de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais, de Mérito Cultural
da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril.