O
romancista morreu na sequência de um ataque cardíaco na sua casa em
Neuilly, nos subúrbios de Paris, disse a filha, a editora Héloïse
d’Ormesson. Membro
da Academia Francesa e antigo diretor do diário francês Le Figaro
(1974-1977), Jean d’Ormesson é autor de quatro dezenas de livros.A
sua carreira literária explodiu em 1971 com “La Gloire de l’Empire”,
obra galardoada com o grande prémio da Academia Francesa. Em 2015
recebeu a mais alta distinção para um escritor francês, foi editado na
colecção La Pléiade, publicada pela Gallimard.Nascido
em Paris em 16 de junho de 1925, filho de um embaixador, Jean
d’Ormesson iniciou a carreira profissional como alto funcionário. Foi
membro de delegações francesas em diversas conferências internacionais
(1946-48), ingressou na Organização da ONU para a Educação, Ciência e
Cultura (Unesco), da qual foi secretário-geral (1950-1992) e foi
presidente do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas,
tendo pertencido em paralelo a uma série de gabinetes ministeriais entre
1958 e 1965.Colaborador
desde 1949 de vários jornais, como Paris-Match, Ouest-France, Nice
Matin, foi redator e editor adjunto (1952-71) da revista de filosofia
Diogène, antes de se tornar no seu diretor-geral em 1976.Presidente
da direção da sociedade de gestão do jornal Le Figaro e diretor daquele
diário de 1974 a 1976, ocupou de seguida o cargo de diretor-geral até à
demissão em junho de 1977.Em
1956, Jean d’Ormesson publicou o primeiro romance, “L’Amour est un
plaisir”. Entre os seus grandes sucessos literários figuram também “Au
plaisir de Dieu” (1974) ou “Dieu, sa vie, son oeuvre” (1981) e “Jean qui
grogne et Jean qui rit” (1984).Com
“L’Histoire du Juif errant” (1991), “La Douane de mer”(1994) e “Presque
rien sur presque tout” (1996), o escritor, que recebeu o prémio
Chateaubriand (1994) pelo conjunto da obra, faculta a explicação do
mundo, com a sua arte própria de falar de coisas sérias com ligeireza.De
seguida, publicou “Une Autre histoire de la littérature française” em
dois volumes (1997-1998), um novo romance (“Voyez comme on danse”, 2001)
e dois livros testamentais: “Le Rapport Gabriel” (1999) e “C'était
bien” (2003). Em 2005, dá à estampa “Une fête en larmes” e em 2013 “Un
jour je m'en irai sans vous avoir tout dit”.