“A
rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O Rei e a Rainha
Consorte permanecerão em Balmoral esta noite e voltarão a Londres amanhã
[sexta-feira]”, acrescenta a mensagem, numa referência a Carlos e
Camila. A notícia foi conhecida após
membros próximos da família real terem viajado subitamente para
Balmoral para estar com a rainha após um comunicado dando conta da
preocupação dos médicos com o estado de saúde da monarca de 96 anos. “Após
uma nova avaliação esta manhã, os médicos da rainha estão preocupados
com a saúde de Sua Majestade e recomendaram que continuasse sob
supervisão médica”, anunciou um comunicado oficial às 12h34, que
acrescentou que a rainha estava “confortável”. Desde então não tinham sido emitidas mais atualizações. O
comunicado mostrava a seriedade da situação, pois a família real
raramente torna públicos desenvolvimentos no estado da saúde da rainha,
mas o ato de ter especificidade a preocupação dos médicos resultou num
frenesim de notícias, reações e especulação. Além dos quatro filhos - príncipes Carlos, Ana, André e Eduardo -, também se encontram em Balmoral o neto, príncipe William. O
irmão Harry, por coincidência de visita ao Reino Unido dos Estados
Unidos, onde reside com a família, também estará a caminho. Os
sinais do declínio da saúde têm sido evidentes, desde o uso regular de
bengala ou de um carro de golfe numa visita ao festival de jardinagem
Chelsea Flower Show em maio ao pedido ao filho Carlos e neto William
para conduzirem em nome dela a abertura oficial do Parlamento em maio. A
rainha voltou a aparecer publicamente no início de junho, durante as
celebrações do Jubileu de Diamante, e no final do mesmo mês, quando
tomou parte na Cerimónia das Chaves no Palácio de Holyroodhouse, em
Edimburgo, quando iniciou as tradicionais férias de verão na Escócia. No
início desta semana, o Palácio de Buckingham invocou “problemas de
mobilidade” para determinar que as audiências na terça-feira com o
primeiro ministro cessante Boris Johnson e a sucessora, Liz Truss,
tivessem lugar em Balmoral, a cerca de 800 quilómetros. Em
fotografias tornadas públicas, a rainha aparece sorridente, apoiada
numa bengala, cumprimenta Truss, a 15.ª chefe de governo em 70 anos de
reinado. Porém, o cancelamento inesperado
na quarta-feira à noite de uma reunião do Conselho Privado, um órgão
consultivo da rainha, para empossar Liz Truss e os novos ministros criou
novas inquietações. A primeira-ministra
britânica, Liz Truss, foi informada da situação quando se encontrava no
parlamento a apresentar um plano para congelar os preços da energia
doméstica.Imagens da Câmara dos Comuns
mostram vários deputados a passarem um papel com a notícia, nomeadamente
o líder do principal partido da oposição, Keir Starmer.As
emissões das televisões BBC e ITV foram interrompidas para transmitir
especiais e pequenas multidões começaram a formar-se junto ao Palácio de
Buckingham, em Londres, e Castelo de Windsor, nos arredores da capital
britânica, apesar da chuva forte que tem caído ao longo da tarde. A
rainha pernoitou num hospital em Londres há quase um ano para testes
não especificados, mas manteve-se sempre ativa, mesmo durante a infeção
com covid-19 em fevereiro.Desde a pandemia
covid-19, muitos dos deveres passaram a ser realizados remotamente,
nomeadamente receber as credenciais de diplomatas, como fez com o
embaixador de Portugal, Nuno Brito. Nos
últimos 20 anos, sabe-se que Isabel II fez uma operação ao joelho em
2003, foi hospitalizada devido a uma gastroenterite em 2013 e foi
operada a cataratas num dos olhos em 2018.