Moreira diz que saída do Porto da ANMP não pretende ser "afronta" a Luísa Salgueiro
19 de abr. de 2022, 14:07
— Lusa/AO Online
Numa
missiva enviada na quinta-feira, dia 14 de abril, à presidente da ANMP,
Luísa Salgueiro, a que a Lusa teve hoje acesso, o presidente da Câmara
do Porto, Rui Moreira, salienta que a desvinculação do município “não
pretende ser uma afronta”, nem uma “desconsideração para com os outros
municípios”.“Nem tão pouco uma desconfiança sobre a sua boa vontade neste processo”, salienta o independente na missiva.Em
resposta a uma carta enviada por Luísa Salgueiro, Rui Moreira diz não
estar “contra” a ANMP, nem “contra” os municípios que se sentem
“confortáveis” com o que a associação negociou e aceitou no âmbito do
processo de descentralização de competências.“Continuará,
certamente, a haver unidade nos propósitos. Não parece é possível
manter unicidade na estratégia e no caminho”, refere Rui Moreira.O
executivo da Câmara do Porto aprovou hoje a saída da Associação
Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) em consequência do processo de
descentralização de competências, o qual pretende assumir de forma
“independente” e “sem qualquer representação”.A
proposta, que tem como signatário o presidente da Câmara do Porto, Rui
Moreira, contou com os votos a favor do movimento independente, a
abstenção do vereador do PSD Alberto Machado e os votos contra do PS,
BE, CDU e do social-democrata Vladimiro Feliz."A
razão pela qual pretendemos estar fora da ANMP, sem nenhuma
hostilidade, é porque amanhã ninguém se vai substituir a nós, nem à
Assembleia Municipal [nas negociações e decisões no processo de
transferência de competências]", salientou Rui Moreira.O documento segue agora para deliberação na Assembleia Municipal do Porto.Na
proposta, o presidente da câmara afirma ser “total” o “fracasso” da
ANMP em representar os municípios no âmbito do processo de
descentralização de competências do Estado.Em
declarações aos jornalistas, a 12 de abril, Rui Moreira disse não se
sentir em “condições” para passar “um cheque em branco” à ANMP para
negociar com o Governo o processo de descentralização de competências.A
Câmara Municipal do Porto interpôs, em 25 de março, uma providência
cautelar para travar a descentralização nas áreas da educação e da
saúde.A 04 de abril, o vereador da
Educação da Câmara do Porto, Fernando Paulo, adiantou que a providência
foi aceite, mas sem efeitos suspensivos, o que levou a autarquia a
"acomodar" as competências.