Moreira da Silva confirma que é candidato à liderança e quer renovar partido
PSD
14 de abr. de 2022, 10:48
— Lusa/AO Online
Em comunicado, Jorge
Moreira da Silva começa por anunciar a sua demissão das funções de
Diretor da Cooperação para o Desenvolvimento, na OCDE, cargo que ocupava
desde 2016, em Paris, e cujo exercício seria incompatível com a sua
candidatura.“Candidato-me à liderança do
PSD por sentido de responsabilidade – atendendo às circunstâncias
difíceis que tanto Portugal como o PSD enfrentam - e animado pela firme
convicção de que sou portador de um projeto capaz de renovar o PSD,
libertar o potencial de Crescimento Sustentável em Portugal e assegurar
que os portugueses reconquistam o seu pleno Direito ao Futuro”, refere.O
antigo primeiro vice-presidente do PSD anuncia ainda que a apresentação
pública da candidatura será feita na próxima segunda-feira, às 17:00,
no Clube Monsanto, em Lisboa.No
comunicado, Moreira da Silva anuncia que acaba de comunicar ao
secretário-geral da OCDE a sua demissão “com efeitos imediatos” do cargo
que ocupava há quase seis anos, dois dias depois de ter apresentado
publicamente os resultados anuais da ajuda pública ao desenvolvimento,
“que atingiram o máximo histórico”.“Atendendo
aos estatutos da OCDE e ao seu código de conduta, uma candidatura à
liderança do PSD exigiria uma demissão prévia das minhas funções na
OCDE, de forma a salvaguardar a independência desta organização
internacional”, justifica.Moreira da Silva
acrescenta que a “difícil decisão” que tomou, realçando que “está em
causa a cessação de funções de relevante interesse público
internacional”, resultou de “uma profunda reflexão sobre o propósito,
sobre o contexto e sobre a motivação de uma candidatura à liderança do
PSD”. O antigo ministro de Passos Coelho
faz ainda um balanço das funções que desempenhou na OCDE, que diz deixar
com “sentimento de dever cumprido”.“Liderei,
nos últimos seis anos, o desenho e a negociação de um conjunto alargado
de reformas na arquitetura da cooperação internacional e investi todo o
meu capital político num reforço, sem precedentes, da solidariedade
internacional”, refere, destacando que o fez “num período marcado por
sucessivas crises globais”.Moreira da
Silva salienta que, quando iniciou funções em 2016, o volume anual de
ajuda pública ao desenvolvimento, concedido pelos 30 principais doadores
internacionais aos países mais pobres situava-se em 145 mil milhões de
dólares.“Saio da OCDE com o valor mais
alto de sempre (desde o início da monitorização em 1960), superando 179
mil milhões de dólares”, refere.Moreira da
Silva será o segundo candidato anunciado à sucessão de Rui Rio nas
eleições diretas do PSD marcadas para 28 de maio, depois de Luís
Montenegro já se ter apresentado publicamente.Esta
será a primeira candidatura de Jorge Moreira da Silva à presidência do
PSD, ao contrário de Luís Montenegro que vai disputar o cargo pela
segunda vez, depois de em janeiro de 2020 ter perdido para Rui Rio, numa
inédita segunda volta no partido..Além do
cargo na OCDE de que se demitiu, Jorge Moreira da Silva preside ao
‘think-tank’ Plataforma para o Crescimento Sustentável, que fundou há
10 anos e que reúne cerca de 500 pessoas de diversos quadrantes.Em
setembro do ano passado, apresentou um livro intitulado “Direito ao
Futuro” no qual defendeu que se deve discutir “menos partidarite e mais
políticas públicas”, e que “um líder tem de ser um líder servidor”.Moreira
da Silva tem 50 anos foi líder da Juventude Social-Democrata (entre
1995 e 1998), deputado, eurodeputado, e primeiro vice-presidente do PSD,
durante a liderança de Pedro Passos Coelho, tendo sido no seu Governo
ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.Em
novembro de 2020, defendeu a realização de um congresso extraordinário
do PSD para clarificar a estratégia de “coligações e entendimentos” da
direção de Rui Rio e atacou a “traição” aos valores do partido pela
solução governativa nos Açores, com o Chega.Foi
diretor da área de Economia da Energia e das Alterações Climáticas do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), secretário de
Estado Adjunto do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território,
secretário de Estado Adjunto da Ministra da Ciência e do Ensino Superior
e consultor do Presidente da República Cavaco Silva nas áreas da
Ciência, Ambiente e Energia, entre 2006 e 2009.Recebeu
a insígnia Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída
por este chefe de Estado, e a Comenda de Mérito Civil, atribuída pelo
rei de Espanha.