Autor: Carolina Moreira
Vários moradores das ruas do Colégio, D’Água e Dr. Bruno Tavares Carreiro queixam-se da insegurança que sentem no dia-a-dia e pedem mais policiamento e maior iluminação no centro de Ponta Delgada.
Ao Açoriano Oriental chegam queixas de múltiplos arrombamentos e furtos a viaturas estacionadas na rua, negócios de droga e abordagens hostis a mulheres e crianças à porta de casa e um sentimento generalizado de insegurança que impede saídas a partir de determinadas horas do dia.
Apesar de serem apresentadas queixas à Polícia de Segurança Pública (PSP), os moradores afirmam que “são sempre os mesmos” que veem na rua a cometer os múltiplos crimes, considerando que já existe um “sentimento de impunidade nestas pessoas”, uma vez que “até se riem” quando são apanhadas em flagrante delito pela vizinhança.
Os moradores dizem que já chegaram ao ponto de instalar câmaras nas próprias viaturas para poderem ter provas concretas para apresentar à PSP.
É por isso que pedem, tanto à Câmara Municipal de Ponta Delgada como à PSP, maior presença policial no centro da cidade e também maior iluminação em certas ruas centrais, para desincentivar a prática de crimes e diminuir o sentimento de insegurança instalado.
Questionado o Comando Regional da PSP, o porta-voz Eurico Machado confirma as queixas e diz que estão em curso as investigações.
“Efetivamente, temos aqui registo de algumas situações de furtos, designadamente nas artérias da cidade mencionadas, sobretudo furtos em veículos. Depois das denúncias formalizadas, é aberta uma investigação no sentido de apurarmos os infratores para serem responsabilizados. Como são processos recentes, ainda não podemos dar feedback sobre o seu resultado final. Estão em investigação”, garantiu o comissário da PSP.
Além da averiguação dos crimes cometidos, Eurico Machado frisa que a PSP aposta em ações de visibilidade, como o patrulhamento, nas zonas onde são reportados os incidentes.
“Para além da investigação dos crimes, tentamos direcionar o policiamento para o local onde estamos a ter maior incidência. É por isso que muitas, vezes, acontece a deslocalização do crime”, ressalva.
Questionado sobre o sentimento de impunidade dos infratores, o comissário salienta que “nem sempre o suspeito da prática de um crime acaba por ir preso ou ter uma medida de coação de prisão preventiva”.
No entanto, alerta para a importância de formalizar as
queixas. “Devem continuar a formalizá-las. Até porque, quando existem
muitos processos contra o mesmo indivíduo, mesmo que sejam de crimes
menos graves, todo esse conjunto acaba por possibilitar à autoridade
judiciária de condenar o indivíduo”, destaca em esclarecimentos ao
Açoriano Oriental.
Perante o relato de alguns moradores relativamente
a dificuldades em apresentar queixa na PSP, constando o facto de isso
desincentivar o reporte formal dos crimes, Eurico Machado garante as
esquadras têm “um elemento no atendimento ao público, disponível 24
horas por dia, todos os dias do ano”.
“Muitas vezes não temos recursos para manter a porta aberta, mas o agente está presente na esquadra com a porta fechada por uma questão de segurança. Por isso, o atendimento ao público está sempre salvaguardado”, considera.
Sobre os números preliminares da criminalidade em São Miguel, o porta-voz da PSP afirma que, “comparativamente ao ano passado, os nossos dados mostram uma menor incidência de crimes de uma forma geral”.
“A nível
da criminalidade violenta e grave, como situações de roubo, de agressões
gravosas que envolvam armas brancas ou mesmo armas de fogo, também tem
vindo a diminuir. Mas ainda estamos a meio do ano e, no final, o
Relatório Anual de Segurança Interna terá dados mais concretos”,
constata.