Montenegro quer nova Lei de Finanças Regionais que garanta justiça e previsibilidade
Congresso Regional do PSD/Açores
27 de out. de 2024, 16:50
— Lusa
“Este
é o nosso caminho. É o caminho da sustentabilidade financeira que
queremos que seja plasmada numa nova Lei de Finanças Regionais, que
estamos já hoje a trabalhar junto dos governos, que dê justiça e
previsibilidade”, revelou Luís Montenegro, que falava no Pavilhão do
Mar, em Ponta Delgada, na sessão de encerramento do 26º. Congresso do
PSD/Açores.Montenegro defendeu que as
transferências para as regiões autónomas devem estar assentes em “regras
previsíveis, independentemente da força política” que esteja na
liderança do Governo da República.“Os
governos regionais não têm de estar sempre à espera de ter um Governo da
República mais ou menos condescendente com aquilo que são as
revindicações. Não. Um pais justo deve ter as regras bem fixadas”,
insistiu.O também primeiro-ministro anunciou a realização de uma cimeira entre os governos da República, dos Açores e da Madeira.“Vamos fazer uma cimeira, brevemente, com os três governos sentados à mesa apara resolver os problemas das pessoas”, avançou.Montenegro
classificou o PSD como o “partido mais autonomista do espetro político
português” e garantiu que os sociais-democratas vão estar na “linha da
frente” do “aprofundamento das competências regionais”.“Não
há exercício de poder autonómico sem fontes de financiamento, sem
capacidade de executar. Não vale a pena. Também não somos líricos”,
reconheceu o líder nacional social-democrata.Antes,
o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, alertou que é
“inaceitável” as regiões estarem a “pagar os custos da soberania nas
ilhas” e pediu justiça para os Açores e Madeira.“Não
estamos aqui para pedir coisas. Nós não estamos aqui para pedir
dinheiro. Recuso-me a entrar nessa contabilidade. Sou português de corpo
inteiro, como qualquer um de nós nas ilhas. Nós temos o direito a ser
tratados num quadro onde o Estado tem de assumir o princípio da coesão
económica e social”, alertou.Miguel
Albuquerque defendeu que é preciso lembrar a importância das autonomias
regionais a um “conjunto de incultos políticos, vulgo carapaus de
corrida da contabilidade”, e apelou aos responsáveis nacionais do
partido para colocarem a “questão das autonomias” no “centro da agenda
política”.“Queria dizer ao senhor
presidente do PSD e primeiro-ministro que eu posso ser chato. Eu posso
falar grosso. Mas tenha cuidado não que aqueles que falam de frente e
dizem aquilo que deve ser, mas tenha cuidado com aqueles que não dizem
nada”, alertou.E acrescentou: “Nós não
somos autarquias. Nós não somos um resíduo do regime. Nós somos uma
estrutura politica democrática para a construção de Portugal no
atlântico. Quem não entende isso, vale a pena sair da politica.”