Montenegro e Pedro Nuno defrontam-se em debate a três semanas das eleições
Legislativas
30 de abr. de 2025, 08:54
— Lusa/AO Online
O frente-a-frente, que será
transmitido em simultâneo pela RTP, SIC e TVI a partir da Nova SBE, em
Carcavelos, estava previsto para segunda-feira, mas foi adiado devido ao
corte generalizado no abastecimento elétrico que afetou, desde as
11:30, Portugal e Espanha.O “apagão”
deixou toda a Península Ibérica e algumas zonas do sul de França sem
eletricidade durante várias horas, sem que sejam ainda conhecidas as
causas, e o fornecimento de energia no território nacional só começou a
ser restabelecido, de forma gradual, ao final da tarde.O
debate com Montenegro e Pedro Nuno é o último dos 28 frente-a-frente
televisivos entre os líderes dos oito partidos com assento na Assembleia
da República. Na RTP haverá ainda um debate com os oito líderes no
domingo e um outro com os partidos sem representação no parlamento.Antes
do confronto de hoje, Pedro Nuno Santos realizou seis debates
televisivos: Com os líderes do Chega (André Ventura), Iniciativa Liberal
(Rui Rocha), Bloco de Esquerda (Mariana Mortágua), PCP (Paulo
Raimundo), Livre (Rui Tavares) e PAN (Inês Sousa Real).Se
com o Chega e Iniciativa Liberal procurou advertir que os programas
destes partidos são "irresponsáveis" do ponto de vista financeiro e
servem apenas uma minoria de eleitores, já nos debates com os
representantes das outras forças da esquerda política Pedro Nuno Santos
defendeu a tese de que a dispersão de votos beneficia a AD - coligação
PSD/CDS e que só o PS está em condições de formar um Governo
alternativo.Luís Montenegro, como líder da
AD, esteve nesta pré-campanha em três debates, com Paulo Raimundo, Rui
Rocha e André Ventura, e deixou para o parceiro de coligação, o
presidente do CDS, Nuno Melo, os confrontos com o Bloco de Esquerda,
Livre e PAN.No debate com o Chega, o
primeiro-ministro afastou qualquer possibilidade de ter um acordo de
Governo. No frente-a-frente com Rui Rocha, apelou ao voto útil na AD
"contra o regresso do socialismo" e acusou a IL de ter falhado ao
liberalismo ao votar contra o Orçamento para 2024.Pedro
Nuno Santos e Luís Montenegro, enquanto líderes do PS e do PSD,
enfrentaram-se pela primeira vez num debate televisivo em fevereiro de
2024, na pré-campanha para as legislativas de 2024.Além
do confronto político entre ambos, esse debate ficou marcado por uma
manifestação não autorizada de cerca de três mil polícias, que
praticamente cercou o Teatro do Capitólio, onde se realizou o debate.Numa altura em que o PS ainda estava no Governo, Pedro Nuno Santos abriu o debate com um protesto: "Não se negoceia sob coação."No
debate do ano passado, o secretário-geral do PS afirmou também que
viabilizaria um Governo minoritário da AD se perdesse as eleições e
desafiou Luís Montenegro a esclarecer se faria o mesmo em relação aos
socialistas. Mas o presidente do PSD não esclareceu.Menos
de um mês após este debate, a AD venceu as eleições, pondo fim a um
período de oito anos de governos PS, e Luís Montenegro formou um
executivo minoritário, sem acordos com outras forças políticas.As
duas coligações lideradas pelo PSD - a AD, que concorreu no continente e
Açores, e Madeira Primeiro, coligação formada nesta região sem o PPM -
somaram 1.866.991 votos, 28,83% do total, e elegeram 80 deputados, 78 do
PSD e dois do CDS-PP.O PS foi a segunda
força mais votada, com 1.812.443 votos, 27,98% do total, e elegeu 78
deputados. O Chega ficou em terceiro, subindo de 12 mandatos obtidos em
2022 para uma bancada com 50 eleitos.