Montenegro diz que IVA zero tem efeito inexistente ou simbólico e preferia descida do IRS
18 de abr. de 2023, 16:30
— Lusa
Em declarações
aos jornalistas no Mercado da Brandoa, no âmbito da iniciativa “Sentir
Portugal”, esta semana dedicada ao distrito de Lisboa, Luís Montenegro
disse já ter alertado para “as falsas expectativas” que iriam ser
criadas com a medida que isenta de IVA um cabaz de 46 alimentos
considerados essenciais e que entra hoje em vigor, dispondo o retalho
alimentar de 15 dias para refletir esta isenção nos preços de venda ao
público.“Comprovei hoje que não só o
efeito não se fez sentir como em alguns produtos houve quem me
transmitisse que os preços subiram ontem”, alertou, lamentando que não
tenha havido capacidade de monitorização desta situação.Por outro lado, reforçou, a medida tem “um efeito meramente simbólico”, já que se trata de “pouco dinheiro e poucos produtos”.“Há
dois países: o dos ‘powerpoint’ do dr. António Costa e do dr. Fernando
Medina, que tem grande embelezamento e números muito pomposos, e depois o
outro mundo, o mundo real, que não acompanha o primeiro”, afirmou.Para
Luís Montenegro, não é pela redução do IVA em alguns dos produtos que
as pessoas vão ter mais “dinheiro no bolso”, considerando que “a
política fiscal do Governo é errada”.“Eu
não escondo, eu defendo como medida fiscal mais eficiente a descida dos
impostos sobre os rendimentos do trabalho. Se as pessoas pagarem menos
IRS, vão ter mais dinheiro disponível, mais poder de compra”, defendeu.