Montenegro diz que Governo não vai decidir na base de coação
4 de dez. de 2024, 16:18
— Lusa/AO Online
“É
preciso que todos tenham noção de que o Governo não vai decidir nunca na
base de coação, nem vai decidir nunca na base daqueles que pretendem ir
muito além das nossas possibilidades e daquilo que nós estamos a
oferecer a outras carreiras similares da administração pública”, afirmou
Luís Montenegro.Falando em Celorico de
Basto, no distrito de Braga, onde inaugurou um equipamento de
saúde, o chefe do executivo acentuou que o Governo não será complacente
“com violações das regras do Estado de direito”, nem com a
“reivindicação desmedida de situações de injustiça relativa ou de
desequilíbrio”.Montenegro avançou aos
jornalistas que jamais ultrapassará os limites daquilo que é aceitável
nos valores de justiça relativa dentro da administração pública.“Não
há ninguém que me vá demover disto, faça o que fizer na rua, disso
podem ter a certeza absoluta”, acrescentou, anotando que o Governo está a
“olhar para todos os portugueses, não está a olhar para nenhuma franja
em particular”.O Governo decretou na
terça-feira a suspensão das negociações com os bombeiros, depois de uma
manifestação não autorizada de bombeiros sapadores ter utilizado
petardos numa ação de protesto junto ao edifício-sede do executivo.O
primeiro-ministro apelou à responsabilidade de todos que se querem
manifestar, para que o façam dentro dos limites da lei e dos limites do
que é socialmente aceitável.“Creio que a própria imagem dos bombeiros sai penalizada com os excessos que foram cometidos, afirmou.Luís
Montenegro referiu que as negociações com os bombeiros profissionais
“estão já numa fase adiantada”, chamando à atenção para “o esforço do
Governo para ir não só ao encontro da valorização da carreira, como
também ao sentido de igualdade e equidade em toda a administração
pública”.“É preciso que todas as carreiras
que nós temos vindo a valorizar se possam consciencializar de que nós
não temos recursos ilimitados, nós não podemos andar permanentemente a
negociar e, sobretudo, a criar a expectativa de oferecer aquilo que não
temos para dar”, acrescentou.Para o chefe
do executivo, aquilo que se está a fazer de forma especial para os
bombeiros é um esforço que, do ponto de vista da equidade, está em
linha com o que se fez com as forças de segurança e com as forças
armadas.