Montenegro defende que país tem de trocar “mentalidade do deixar andar” pela da superação
Hoje 09:23
— Lusa/AO Online
Na sua segunda
mensagem de Natal enquanto chefe do executivo PSD/CDS-PP, Luís
Montenegro manifestou a convicção de que não haverá legislativas
antecipadas até 2029 e apelou a que, até ao final da legislatura, todos
se concentrem no interesse do país.“Não
temos de estar todos de acordo, mas temos de compreender que não é a
nossa posição individual o mais importante (…) Agora que vamos ter cerca
de 3,5 anos sem eleições nacionais, é a altura de todos nos focarmos em
cumprir a nossa responsabilidade e fazer tudo para garantir a Portugal e
a cada português um futuro mais próspero”, avisou.O
primeiro-ministro realçou os resultados económicos dos últimos anos,
considerando que dão mais razões para acreditar que o país está “no
caminho certo”. “Portugal é hoje uma
referência a nível europeu e mundial. Os rendimentos dos portugueses
estão a subir e a nossa economia a crescer consistentemente acima da
média europeia”, destacou, voltando a realçar a recente distinção de
Portugal pela revista “The Economist”.O
primeiro-ministro considerou que, perante a atual situação de
crescimento económico e estabilidade financeira, existem duas opções de
caminho.“Ou nos contentamos com esta
circunstância em que estamos bem, mas sabemos que se nos mantivermos
assim a médio prazo, vamos perder face à evolução dos outros”, apontou.A
alternativa, considerou, é o país aproveitar a atual situação
económico-financeira e “tratar já de garantir” que continuará “a crescer
mais do que os outros no futuro”.“É a
diferença entre jogar para empatar ou ter a mentalidade vencedora de
jogar sempre para ganhar. E quero dizer-vos que a minha opção e a do
Governo é claramente a segunda”, afirmou.O
chefe do Governo alertou que “este caminho carece de coragem política e
capacidade reformista”, dizendo que só esta via permitirá maior
eficiência e produtividade e alcançar “novos patamares de rendimento” e
“novas ambições salariais”.“Estamos num
momento histórico em que temos de nos desprender da mentalidade do
deixar andar e temos de adquirir e trabalhar a mentalidade da superação.
A mentalidade de irmos mais longe e nos afirmarmos pela excelência”,
afirmou.“A mentalidade de Cristiano
Ronaldo”, resumiu, avisando que “as coisas não caem do céu” e este
caminho “implica coragem, resistência, capacidade de diálogo e sentido
de unidade nacional”.O primeiro-ministro
considerou que, neste Natal, “a melhor prenda (…) é acreditar mais em
Portugal”, desejando a todos “um santo Natal, estejam onde estiver”“Um Natal com o orgulho de sermos portugueses e esperança em Portugal”, pediu.Na
mensagem, Luís Montenegro deixou ainda uma palavra
especial “aos que se encontram sozinhos ou que vivem momentos de maior
fragilidade”. “Não nos esquecemos dos mais
idosos que vivem em solidão, dos que são vítimas de violência muitas
vezes dentro das suas próprias casas, dos que sofrem problemas de saúde,
dos que vivem em situações de pobreza. A todos, quero assegurar que não
estão esquecidos e que trabalhamos todos os dias para vos abrir uma
oportunidade de saírem dessa situação”, afirmou.O
primeiro-ministro saudou também, de forma particular, os que têm de
trabalhar durante a quadra festiva, como “os profissionais de saúde, dos
transportes, bombeiros, forças de segurança, militares, jornalistas e
todos que contribuem com o seu trabalho nestes dias”.“Quero
ainda lembrar as famílias dos que vivem tantas guerras, como em África,
no Médio Oriente ou na Ucrânia, e todos os ataques aos direitos humanos
que sentimos como ataques a todos nós”, acrescentou.Segundo
o chefe do Governo, “a família portuguesa, enquanto país e nação, tem
motivos para se reunir e olhar com esperança para o futuro”.