Montenegro defende que governar não é para quem toma decisões por impulso
Legislativas
16 de abr. de 2025, 10:15
— Lusa/AO Online
“Governar é para
quem tem, creio eu, sentido de responsabilidade. Para quem não tem
impulsividade e tem de andar a dizer e desdizer as coisas muitas vezes
porque se precipita. Nós não somos dessa escola. Somos da escola da
responsabilidade”, afirmou.O também
primeiro-ministro falava no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, na
apresentação da candidatura da coligação PSD/CDS-PP/PPM pelos Açores, o
único círculo onde os três partidos concorrem juntos às eleições
legislativas de 18 de maio.Antes,
Montenegro lembrou que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos,
“veio a correr” exigir uma intervenção do Governo em janeiro durante o
aumento do preço dos combustíveis para defender que é necessário existir
“responsabilidade” na governação.“Já
viram a diferença de quem, à primeira e mínima oscilação, ia logo a
correr resolver tudo, ia logo a correr fazer uma alteração, e quem tem a
serenidade para ver a tendência?”, questionou, numa alusão à descida
dos preços dos combustíveis ocorrida nos últimos dias.O
presidente do PSD garantiu que “não é daqueles que põem mascaras para
parecer na campanha eleitoral” aquilo que “nunca foi antes”.“A
nossa postura de respeito e humildade democrática é conhecida. Não
mudou nas últimas semanas. Nós não nos transfigurámos agora porque vai
haver eleições. Nós falamos da mesma maneira. Nós sorrimos da mesma
maneira”, sublinhou.O primeiro-ministro
enalteceu a atuação do seu governo ao lembrar a “valorização de 19
carreiras na administração pública” e a redução dos impostos,
sinalizando que a baixa fiscal não foi realizada para “agradar às
pessoas ou ganhar eleições”, mas para “tornar o país mais produtivo”.“Fomos capazes de fazer isso em 11 meses. Seremos capazes de fazer muito mais em 48 meses”, prometeu.Montenegro
criticou a herança deixada pelos anteriores governos do PS nas áreas da
saúde, habitação e educação, considerando que o país “não pode voltar
às receitas do antigamente”.“Sabemos que
há uma conjuntura internacional que traz incerteza e ameaça, mas nós
preparámos o país para isso. O país está preparado. Não pode é mudar de
rumo”, insistiu.O líder do PSD acusou,
também, os deputados do PS eleitos pelos Açores, Francisco César e
Sérgio Ávila, de terem passado a legislatura “preocupados com jogos de
partidarite”.Montenegro defendeu ainda que
o Chega “não mereceu a oportunidade” dada pelos açorianos nas últimas
eleições com a eleição de Miguel Arruda.Na
ocasião, o cabeça de lista pelos Açores, Paulo Moniz, considerou que
“finalmente existe um governo da República amigo” da região,
exemplificando com a substituição dos cabos submarinos e os apoios aos
estragos do furacão Lorenzo.O candidato e
atual deputado na República criticou, contudo, a imposição de um teto
máximo de 600 euros no subsídio de mobilidade.Já
o presidente do PSD/Açores e do Governo Regional, José Manuel Bolieiro,
defendeu a importância de rever a Lei de Finanças Regionais e elogiou o
“reformismo” de Luís Montenegro.“Um primeiro-ministro que fica história por em tão pouco tempo ter tido a capacidade de reformar o país”, elogiou.Nas
eleições de março de 2024, a coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu no círculo
eleitoral dos Açores, com 39,84% dos votos dos 106.273 eleitores,
elegendo dois deputados, seguindo-se o PS, com 29,18% e dois deputados, e
o Chega com 15,76% dos votos, com um deputado (Miguel Arruda, que
passou a independente por suspeita do furto de malas em aeroportos).