Montenegro considera que oposição usa IRS para lançar atoardas sem fundamento
Legislativas
15 de abr. de 2025, 16:44
— Lusa/AO Online
“Qualquer crítica que se queira fazer sobre
este caminho não passa de mero jogo político partidário de quem diz umas
atoardas para o ar que não têm fundamento. Francamente, é talvez o
reconhecimento do sucesso de trajetória do governo”, afirmou Luís
Montenegro aos jornalistas.O também
primeiro-ministro falava após uma reunião com a Associação Agrícola da
Ilha de São Miguel, nos Açores, numa ação integrada na pré-campanha para
as eleições legislativas antecipadas de 18 de maio.Na
segunda-feira, o secretário-geral do PS acusou o primeiro-ministro de
“governar a pensar em eleições” devido às alterações das tabelas de
retenção do IRS, uma situação que também levou o líder do Chega a exigir
explicações a Luís Montenegro.O presidente do PSD apelou à compreensão da população, reiterando que as “pessoas não estão a pagar mais impostos”. Para o social-democrata, as críticas da oposição às mudanças no IRS são uma forma de “montenegrização do discurso político”.“O
ano passado retirámos menos daquilo que era o pagamento antecipado do
imposto. Como retirámos menos, as pessoas já pagaram o imposto.
Portanto, não estamos a devolver o dinheiro que tínhamos retirado
antes”, justificou.Montenegro rejeitou que
as alterações nas tabelas de IRS tenham sido realizadas a contar uma
eventual reprovação do Orçamento do Estado para 2025, afirmando que a
situação anterior fazia o “Estado retirar dinheiro que não era seu para
depois devolver mais tarde”.“Não foi a
contar com nada. Foi uma relação de verdade entre a administração e o
contribuinte. Não queremos retirar do contribuinte para o Estado aquilo
que é do contribuinte”, vincou.O
primeiro-ministro destacou que a “política fiscal” adotada pelo governo é
uma “alavanca do desenvolvimento económico do país” e recordou que
“muitos acharam irrealista” o plano de diminuição dos impostos
prometido pela coligação PSD/CDS-PP.“Percebemos
que estamos numa etapa de adaptação a um novo tempo em que a relação do
Estado com o contribuinte é mais verdadeira. É mais fiável. Vamos
tentar equilibrar aquilo que é a expectativa de cobrança do imposto, o
valor a cobrar no final do ano, e o que temos de tirar mensalmente”,
reforçou.O Conselho das Finanças Públicas
calcula que os reembolsos de IRS deverão reduzir-se em 1.167 milhões de
euros em 2025 devido às alterações na retenção na fonte no ano passado,
tendo um impacto positivo na receita fiscal.