Montenegro avisa que aumento dos populismos e extremismos são “um dos mais sérios desafios” à UE
12 de jun. de 2025, 11:11
— Lusa/AO Online
Luís
Montenegro discursava na cerimónia do 40.º aniversário da adesão de
Portugal às Comunidades Europeias, que decorre no Mosteiro dos
Jerónimos, em Lisboa, e que conta com intervenções do Presidente da
República, presidente do Conselho Europeu, António Costa, e do antigo
presidente da Comissão Europeia Durão Barroso.O
primeiro-ministro admitiu que o país “nem sempre aproveitou
devidamente” as oportunidades ao longo destes 40 anos e apontou outros
problemas estruturais como “os desafios demográficos, as assimetrias
territoriais, os desafios da habitação, da competitividade da economia e
da valorização dos rendimentos”.“São
questões que exigem coragem política, visão estratégica e, sobretudo, um
compromisso renovado com o aprofundamento e fortalecimento do projeto
europeu”, disse.No entanto, deixou um
especial alerta sobre os populismos e extremismos, 51 anos depois 25 de
abril e 40 anos após a adesão ao espaço europeu.“Um
dos mais sérios desafios que hoje enfrentamos é o crescimento de
populismos e extremismos – uma ameaça direta ao funcionamento das nossas
Instituições democráticas e à coesão das nossas sociedades”, disse.Montenegro
defendeu que, para o futuro, os cidadãos exigem “uma Europa aberta, mas
segura, que responda aos desafios internos e externos de um mundo em
profunda mudança”, com uma nova crítica aos projetos demagógicos.“Uma
Europa unida, sem espaço para o populismo, os extremismos e a demagogia
que nos tenta dividir e instrumentalizar. A celebração destes 40 anos é
uma homenagem aos que sonharam com esta Europa unida”, disse.Na
sua intervenção de cerca de dez minutos, Montenegro defendeu que,
apesar de “a União Europeia não ser perfeita” e ser um projeto “em
permanente construção”, Portugal tem de recuperar a memória do trajeto
construído ao longo dos últimos 40 anos.“Portugal
beneficia do projeto europeu, mas também o reforça todos os dias, pelo
contributo que conferimos a cada passo que é dado nessa construção, pela
nossa cultura, pela ciência e inovação, pela nossa diplomacia e pelo
exemplo”, defendeu.Além de uma Europa
segura, Montenegro considera que os cidadãos exigem ainda, para o
futuro, “uma Europa competitiva, que promova a coesão e a convergência
do desenvolvimento económico em benefício de todos” e que “permita que
cada um dos cidadãos cumpra o seu projeto de vida, com igualdade de
condições e oportunidades”.“A celebração destes 40 anos é uma homenagem aos que sonharam com esta Europa unida”, afirmou.Agradecendo
aos que trabalharam para que Portugal fosse parte “desse sonho e desse
projeto fascinante” e “aos que continuam hoje a construir uma sociedade
mais desenvolvida, coesa e solidária”, Montenegro defendeu que
“Portugal, a União Europeia e o mundo continuam a precisar do empenho de
todos os cidadãos para continuarmos a construir uma Europa próspera,
mais justa e mais influente no mundo”.“Não
há progresso sem memória. Não há futuro sem compromisso. Celebremos a
memória de Portugal na Europa. Celebremos os 40 anos de adesão como um
marco, mas também como um ponto de partida para este futuro partilhado,
com ambição, responsabilidade e esperança”, disse.