Montenegro acentua que não é só a RTP que presta serviço público
8 de out. de 2024, 11:09
— Lusa/AO Online
Estas
posições foram transmitidas por Luís Montenegro na abertura da
conferência sobre “O futuro dos media”, em Lisboa, num dia em que o
Governo também divulga o seu plano para o setor.O
fim da publicidade da RTP, que será um processo gradual e que terá um
impacto na redução anual da receita nos próximos três anos de 6,6
milhões de euros, é uma das 30 medidas do Plano de Ação do Governo para a
Comunicação Social.No seu discurso, o
líder do executivo afirmou que o objetivo do Governo é contribuir “para
uma maior regulação do setor da comunicação social e para uma
codificação de todos os instrumentos legislativos que estão dispersos”,
visando “condensá-los num instrumento legislativo e jurídico que seja
mais coerente e mais entendível”.Sobre o serviço público de comunicação social, o primeiro-ministro referiu-se sobretudo à RTP.“Não
é apenas a RTP que presta serviço público. Todos os órgãos de
comunicação social prestam um serviço público de garantir a liberdade de
informar e de ser informado. E, se é verdade que, no contrato
específico de concessão do serviço público, devemos aprofundar o alcance
e a dimensão da relação que a empresa concessionária e o concedente
devem estabelecer no respetivo clausulado, também não esquecemos, na
nossa visão para a comunicação social, o papel insubstituível que todos
os outros órgãos de comunicação social prestam para garantir o serviço
público”, frisou.Luís Montenegro advogou depois que “serviço público é o serviço àquilo que é de todos nós, é o serviço à coletividade”.E,
neste contexto, avançou com um argumento: “De nada nos valeria se nós
tivéssemos um excecional contrato de concessão de serviço público na RTP
e os outros órgãos de comunicação social estivessem entregues à
selvajaria do mercado e não cumprissem aquilo que é também o objeto e o
objetivo que está presente na sua ação”.“Se
os outros órgãos de comunicação social não fossem rigorosos, não
privilegiassem uma informação de qualidade, de nada valeria ao país e ao
Governo ter um excelente contrato de concessão de serviço público
porque o serviço público de informação não estava assegurado”, reforçou.Tendo
por base este princípio, Luís Montenegro assinalou que o seu Governo
toma agora a decisão de “acabar com a publicidade na RTP, no espaço de 3
anos, de forma gradual”.“Vamos
contextualizar a relação de serviço público com a RTP e a relação de
serviço público com o resto da comunicação social”, completou, tendo a
ouvi-lo presidentes das principais empresas de comunicação social
nacionais e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.