Montanha não falta para decidir o vencedor da 82.ª edição
Volta
2 de ago. de 2021, 12:08
— Lusa/AO Online
Após uma edição
diferente, ‘encurtada’ e ‘deslocada’ no calendário devido à pandemia de Covid-19, a 82.ª Volta a Portugal retoma o desenho montanhoso das suas
antecessoras, com um traçado que pode muito bem ser o mais difícil dos
últimos anos, pela sucessão de metas em alto que prevê: a Torre, desafio
maior do pelotão, aparece logo à terceira etapa, na véspera da sempre
complicada chegada à Guarda, e o duo Larouco-Senhora da Graça antecede o
‘crono’ final.Neste ‘mergulho’ pelo
interior do país – o prólogo de Lisboa, a primeira e quinta etapas são
as exceções à regra -, a Senhora da Assunção também faz a sua aparição
(5.ª etapa), testando os efeitos do dia de descanso nos ciclistas, que
enfrentarão 33 contagens de montanha entre Lisboa e Viseu, incluindo uma
de categoria especial (Torre) e quatro de primeira.Haverá
pouco tempo para respirar nos 1568,6 quilómetros da 82.ª edição, que
começa a grande velocidade, na quarta-feira, com o curto e explosivo
prólogo de apenas 5,4 quilómetros, com partida e chegada à Praça do
Império, perto do Centro Cultural de Belém, ‘responsável’ por atribuir a
primeira amarela.A primeira etapa será
também de homenagem a Joaquim Agostinho, com Torres Vedras, cidade
daquele que é considerado o melhor ciclista português de sempre, a ser o
ponto de partida de 175,8 quilómetros até Setúbal, onde a meta está
instalada depois da passagem pela contagem de segunda categoria no Alto
da Arrábida, sempre propícia a ataques-surpresa das maiores figuras do
pelotão.Para a segunda tirada está
reservada a única ‘estreia’ desta edição, a da cidade alentejana de
Ponte de Sor, que acolhe o início de 162,1 quilómetros até ao empedrado
da Avenida Nuno Álvares, no centro de Castelo Branco, onde os
‘sprinters’ terão uma das raras oportunidades para brilhar até Viseu.No
sábado, é dia de ‘etapa rainha’ da Volta a Portugal, com o ponto mais
alto de Portugal continental a ‘coroar’ uma jornada de 170,3 quilómetros
a partir da Sertã, que inclui quatro contagens de montanha, a última
das quais, a única de categoria especial, a coincidir com a meta
instalada na Torre. Antes do dia de
descanso, o pelotão ainda terá pela frente, na quarta tirada, 181,6
quilómetros entre Belmonte e a Guarda, onde dois prémios de montanha de
terceira categoria aguardam os corredores dentro do perímetro urbano da
cidade mais alta de Portugal, à qual chegarão já depois de terem
ultrapassado uma segunda categoria menos de 30 quilómetros antes do
final.Cumprida a única pausa desta edição,
é altura de regressar à estrada para a quinta etapa, com a partida para
os 171,3 quilómetros até Santo Tirso, mais concretamente o alto do
Santuário da Nossa Senhora da Assunção, a ser dada em Águeda para
homenagear os que em 1978 conseguiram, pela primeira vez, roubar
protagonismo a Lisboa e Porto ao receber o final da Volta a Portugal
desse ano - até aí, a prova sempre terminara ora numa, ora noutra
cidade. O sétimo dia de competição será
inteiramente minhoto, com uma ligação de 182,4 quilómetros entre Viana
do Castelo e Fafe, onde os homens rápidos terão uma palavra a dizer, na
antessala da etapa mais longa desta edição, a sétima, que vai começar em
Felgueiras e percorrer 193,2 quilómetros até Bragança.Será
também da cidade brigantina que começa a oitava tirada, uma jornada de
160,7 quilómetros que vai terminar em Montalegre, mais concretamente na
Serra do Larouco, após a sempre difícil (e amiúde invernal) subida de 10
quilómetros até ao segundo ponto mais alto de Portugal Continental, a
uma altitude de 1.503 metros.Sem tempo
para recuperar, os candidatos enfrentam, no sábado, 14 de agosto, o
penúltimo desafio na última etapa montanhosa: desde Boticas ao alto da
Senhora da Graça (Mondim de Basto), os corredores percorrem 145,5
quilómetros e têm pela frente dois prémios de montanha de primeira
categoria, o último na tão carismática chegada ao topo do Monte Farinha.Será
Viseu, no entanto (e pela sétima vez), a definir a classificação geral
final, no tradicional contrarrelógio repleto de rotundas naquela cidade:
são 20,3 quilómetros de uma luta individual contra o cronómetro, com
fim na Avenida da Europa, para encontrar o vencedor da 82.ª Volta a
Portugal.