Moedas faz balanço de “um ano de decisões” na Câmara de Lisboa e compromete-se no combate à inflação
21 de set. de 2022, 09:59
— Lusa/AO Online
“Lisboa
terá que estar na linha da frente no combate à inflação [...]. Lisboa
não pode deixar ninguém para trás”, afirmou Carlos Moedas (PSD),
referindo que o executivo municipal tem já agendada uma reunião
extraordinário para discutir as propostas para apoiar as famílias e as
empresas da cidade.Na reunião da
Assembleia Municipal de Lisboa, para apresentar a intervenção do
executivo municipal entre junho e agosto, o autarca aproveitou para
fazer um balanço do primeiro ano desde a vitória da coligação Novos
Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) nas eleições autárquicas de 26 de
setembro de 2021: “Prometemos, decidimos e cumprimos”.Entre
as decisões tomadas, o presidente da câmara destacou a gratuitidades
dos transportes públicos para jovens e idosos residentes na cidade como a
“mais histórica”, com a adesão de um total de 40 mil cidadãos,
reiterando a disponibilidade para resolver a situação dos estudantes
deslocados que estão excluídos da medida por não terem domicílio fiscal
em Lisboa.Carlos Moedas realçou ainda a
preparação e organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023
(JMJLisboa2023), os investimentos na higiene urbana, o Plano Geral de
Drenagem, a construção e reabilitação de bairros municipais, a entrega
de chaves de casas em regime de renda acessível e a contratualização de
empreitadas para remover o amianto das escolas.Da
bancado do PS, o deputado municipal Luís Coelho considerou que “muito
do que aqui consta [da informação escrita do presidente da câmara]
resulta também de projetos que o atual executivo herdou do anterior
executivo liderado pelo PS”.“Pouco se
percebe sobre quando o atual executivo irá começar a imprimir uma
verdadeira marca de desenvolvimento de políticas em prol da cidade.
Pouco se percebe de qual é a verdadeira visão do executivo para a
cidade”, declarou o socialista, criticando Carlos Moedas por “um
desnorte” ao tomar decisões, inclusive sobre a JMJLisboa2023.Luís
Coelho afirmou que o PS é uma oposição responsável e construtiva, que
“está e estará sempre disponível para o diálogo”, apesar da “constante,
desnecessária e já incrível vitimização que o senhor presidente da
câmara gosta de fazer”.Desvalorizando a
narrativa política do PS, Carlos Moedas reforçou o empenho e dedicação
do executivo municipal em relação à preparação e organização da
JMJLisboa2023,afirmando que “desnorte foi chegar à câmara municipal e
não haver qualquer decisão” sobre o evento.“Há
uma parte muito positiva que é a disponibilidade do PS, a
disponibilidade de conseguirmos em conjunto tomar estas decisões [...].
Em nome de Lisboa, agradeço-vos a vossa disponibilidade, porque acho que
é essencial”, disse o social-democrata.Neste
âmbito, o presidente da câmara referiu que espera o apoio do PS, assim
como dos restantes partidos que integram o executivo, para aprovar as
medidas de combate à inflação destinadas a apoiar as famílias e as
empresas da cidade, que serão discutidas na quinta-feira, em reunião
extraordinária.A discussão das possíveis
medidas para responder ao impacto da inflação começou na sexta-feira, de
forma informal, numa tentativa de consensualizar as propostas de todas
as forças políticas do executivo municipal para apresentar um pacote
“robusto” de apoios, inclusive dirigidos às famílias.Há
duas semanas, o presidente da Câmara de Lisboa anunciou a intenção de,
durante o próximo ano, não aumentar os preços da habitação municipal,
incluindo o arrendamento apoiado e a renda acessível, medida que
pretende responder à inflação e que beneficiará “cerca de 21 mil
famílias”, bem como não aumentar as tarifas e rendas dos mercados
municipais e feiras.O BE propôs um
programa de apoio municipal às famílias, movimento associativo e
empresas, com um conjunto de 16 medidas de emergência ao nível da
habitação, atividade económica, cultura e transportes, a vereadora
independente Paula Marques (eleita pela coligação PS/Livre) sugeriu seis
medidas de combate à inflação, os vereadores do PCP e do Livre
manifestaram disponibilidade para trabalhar em conjunto na preparação
das medidas, enquanto o PS disse que “não apresenta qualquer proposta
sem conhecer o envelope financeiro que Carlos Moedas está disposto a
locar ao programa de apoio”.