Moedas diz que foi apenas "polido e educado" com Ricardo Salgado
Novo Banco
6 de abr. de 2021, 11:44
— Lusa/AO Online
Carlos Moedas, antigo secretário de
Estado Adjunto do primeiro-ministro no Governo liderado por Passos
Coelho e candidato do PSD/CDS-PP à Câmara de Lisboa, não estava na lista
inicial das personalidades a ser ouvidas na Comissão Eventual de
Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas
ao Fundo de Resolução, mas o PS pediu a sua audição, que decorreu esta
manhã.No período de inquirição do deputado
do PS João Paulo Correia, o socialista insistiu longos minutos num
telefonema que o ex-presidente do BES Ricardo Salgado fez a Carlos
Moedas em 2014, a propósito da abertura, por parte da procuradoria do
Luxemburgo, de um inquérito a três empresas do GES.“Aquilo
que eu disse ao doutor Ricardo Salgado foi ser polido e educado: ‘sim
senhor, estou a ouvi-lo’", respondeu o antigo secretário de Estado, mais
do que uma vez, perante a insistência da pergunta do deputado do PS
sobre se “disse ou não disse” nesse telefonema que iria contactar o
então ministro da Justiça do Luxemburgo.Moedas
afirmou que “não lhe disse redondamente que não” - se era isso que João
Paulo Correia estava “a tentar insinuar” -, mas deixou claro que sabia
desde o início “muito bem o que ia fazer”, que “era não contactar
absolutamente ninguém”.“A minha resposta é
tão clara como a sua pergunta. Quando o senhor deputado recebe um
telefonema de um presidente de um banco, o senhor deputado - e imagino
eu, que é um homem educado - teria dito exatamente aquilo que eu disse.
Eu não lhe disse que sim nem que não, obviamente”, assegurou.O
antigo governante do executivo liderado por Passos Coelho garantiu que
disse apenas a Ricardo Salgado que o estava a ouvir e, quando desligou o
telefone, foi para casa e não fez “absolutamente nada como está
provado”, sublinhando que “os factos falam por si”.“Aqui
o ponto não é o telefonema, são os factos. Os factos são que, pela
primeira vez na história, um Governo disse que não a Ricardo Salgado. Ao
contrário de outros governos, nós dissemos que não a Ricardo Salgado.
Não há dúvida sobre isso”, contra-atacou, considerando “importante que
fique escrito e que fique dito porque outros não o poderiam dizer”.