Moedas deixa nas mãos da justiça investigação sobre fiscais da autarquia de Lisboa detidos
26 de mai. de 2022, 14:28
— Lusa/AO Online
“A
justiça é que deve fazer o seu trabalho. Para mim é prioridade a
transparência e o combate à corrupção. Daí a ideia de propor à Câmara
Municipal um novo departamento só em relação a todos os temas que tenham
a ver com a transparência e o combate à corrupção”, disse Carlos Moedas
quando questionado acerca do assunto.O
presidente da autarquia falava à margem do lançamento da primeira pedra
para a construção de 50 casas no Bairro da Boavista, integradas na
operação de realojamento em curso na zona de alvenarias e que representa
um investimento superior a 6,5 milhões de euros.“É
um trabalho da Polícia Judiciária, da justiça, não comento nada em
curso. Respeito a justiça e vamos seguir todos os trâmites”, sublinhou.Na
terça-feira, após a notícia da detenção de três homens por suspeitas de
corrupção, dois deles fiscais de obras da Câmara Municipal de Lisboa,
por parte da Polícia Judiciária (PJ), a autarquia salientou que a
transparência e o combate à corrupção são “uma prioridade central” no
trabalho do município.“Para o atual
executivo, a transparência e o combate à corrupção são uma prioridade
central no trabalho que é desenvolvido diariamente na Câmara Municipal
de Lisboa”, pode ler-se numa curta nota enviada à Lusa.Na
nota, a Câmara de Lisboa recordou que uma das primeiras medidas
avançadas no mandato de Carlos Moedas (PSD) foi a criação do pelouro da
Transparência e Combate à Corrupção, que ficou a cargo da vereadora do
Urbanismo, Joana Almeida.Além disso, foi
criado “um departamento municipal de transparência e combate à
corrupção, considerando que são desafios imprescindíveis para a correta
gestão autárquica”, lia-se também na nota.O
inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de
Lisboa levou à emissão de mandados para buscas domiciliárias e também
nos postos de trabalho dos dois funcionários municipais.A polícia apreendeu "prova relevante" e "elevadas quantias" de dinheiro.Fonte
ligada à investigação disse à Lusa na terça-feira, que os dois fiscais
de obras da Câmara Municipal de Lisboa vão aguardar o processo em prisão
preventiva, após interrogatório judicial.Segundo
a mesma fonte, o terceiro arguido também detido pela PJ por suspeitas
de corrupção, que é empresário e proprietário de uma obra em Lisboa, vai
aguardar o desenrolar do inquérito sujeito à medida de coação de
proibição de contactos com outras pessoas envolvidas no processo.Carlos
Moedas venceu as eleições autárquicas em setembro passado pela
coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), que governa sem
maioria absoluta.