Moedas assegura que Câmara de Lisboa não gasta mais do que 35 ME
JMJ
27 de jan. de 2023, 09:12
— Lusa/AO Online
“Quando cheguei
[à Câmara de Lisboa], a minha preocupação foi limitar os custos. Fui eu
que disse que a Câmara de Lisboa não ia gastar mais do que 35 milhões
de euros”, disse Carlos Moedas (PSD).O
autarca falava aos jornalistas à margem da cerimónia evocativa por
ocasião do Dia Internacional em Memória do Holocausto, no Capitólio, em
Lisboa.Questionado acerca da polémica com
os custos do altar-palco (superior a quatro milhões de euros) onde o
Papa vai celebrar a missa final, Carlos Moedas disse estar disponível
para rever projetos e custos e que fará “a vontade do Presidente da
República e da Igreja”.“Aceitarei, farei e ajudarei”, garantiu o autarca.Desvalorizando
a polémica criada com os custos do altar-palco, o presidente da Câmara
de Lisboa disse que há que ter “sentido de perspetiva”, exemplificando
que o Governo vai gastar cerca de oito milhões de euros “entre casas de
banho e écrans”.“Se é quatro milhões, se é
três milhões, se é cinco milhões, aquilo que o presidente da câmara se
comprometeu é que não custará mais do que 35 milhões”, salientou.O
autarca criticou ainda as declarações do coordenador do grupo de
projeto para a JMJ, José Sá Fernandes, que disse hoje à Lusa ter ficado
surpreendido com o valor previsto para a construção do altar-palco,
garantindo que existiam soluções “mais baratas”.“Penso
que esse senhor não está informado e está muito alheado da realidade.
Não conheço esse projeto, nem vou entrar em polémicas, mas penso que é
muito triste quando alguém responsável vem apresentar números errados”,
afirmou.Lembrando várias vezes que faltam
186 dias para o início da JMJ, o presidente da Câmara de Lisboa defendeu
que o importante é trabalhar para ter tudo pronto a tempo.“Aquilo
que prometo aos lisboetas é que nesse dia vai estar tudo pronto, mas
têm de me dar condições para o fazer. Nós vamos ter um palco em que
vamos estar com mais de 190 países a olhar para Portugal. Vamos ser o
centro do mundo. Naquele momento, Lisboa vai ser o centro do mundo. E
isso tem um valor enorme”, frisou.O
autarca insistiu na ideia de que a JMJ é um investimento e exemplificou
com o caso espanhol, que investiu 60 milhões de euros no evento e teve
um retorno de 350 milhões.Aos jornalistas,
Carlos Moedas disse ainda que tem “muito orgulho” em organizar este
evento “único e extraordinário”, que também vai transformar a zona a
norte do Parque das Nações e o rio Trancão.No final, Carlos Moedas assumiu todas as responsabilidades pela organização da JMJ.“Dou
o corpo às balas. Estou aqui com coragem a assumir aquilo que é um
evento único para Lisboa. Não vamos ter outro com esta dimensão”,
insistiu.A Jornada Mundial da Juventude,
considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se
este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de
1,5 milhões de pessoas.As principais
cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das
Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de
Lisboa e Loures.As jornadas nasceram por
iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido
em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.