Moção do líder do PS/Açores aprovada em congresso regional por unanimidade
19.º Congresso Regional do PS/Açores
29 de set. de 2024, 09:23
— Lusa
Na moção,
intitulada “Novo Futuro”, o líder regional socialista, eleito em junho,
defende um novo modelo económico, com um quarto pilar ligado ao mar, ao
digital e à transição energética, alegando que os açorianos não se podem
conformar com a ideia de serem “um povo de emigrantes, de pobres, de
pouca instrução”.O documento aponta a
Educação e a Habitação como prioridades, assumindo “a aposta de, no
espaço temporal de uma geração, colocar a região na liderança dos
principais indicadores de educação e formação” e a intenção de aumentar o
parque habitacional público.Durante a
discussão na reunião magna, subiram ao palco do Teatro Micaelense, em
Ponta Delgada, vários dirigentes e antigos governantes do PS nos Açores,
como o caso do anterior secretário dos Transportes (2012 a 2017) Vítor
Fraga, que criticou as mudanças no subsídio de mobilidade, que passou a
ter um valor máximo elegível de 600 euros para os residentes açorianos.Fraga
afirmou que o “desvio orçamental” daquele subsídio é causado pelos
“preços exorbitantes” praticados pela SATA e pela TAP e alertou que o
“preço base” das passagens aéreas vai passar a ser o limite de 600
euros.“Custa-me hoje ver que os principais
prevaricadores do sistema são as duas companhias aéreas públicas, a
SATA e a TAP”, criticou.O anterior
governante, que tutelava os transportes aquando da liberalização do
espaço aéreo, considerou inaceitável a falta de fiscalização da
Autoridade Nacional de Aviação Civil aos preços praticados pelas
companhias.Já a líder parlamentar do
PS/Açores, Andreia Cardoso, defendeu que o partido tem de se “afirmar
como a alternativa”, propondo “respostas efetivas para os problemas das
pessoas”.A deputada regional salientou que
a população tem de “reconhecer capacidade de concretização” ao partido e
prometeu “lutar por uns Açores mais justos”.“O
PS tem de saber ouvir e estar ainda mais próximo. Ouvir implica desde
logo estar disponível para a crítica”, afirmou a presidente da bancada
do PS na Assembleia Regional.Por sua vez,
Rui Bettencourt, que foi secretário regional Adjunto da Presidência para
as Relações Externas, avisou que a região corre o risco de perder
fundos europeus devido à fraca execução dos programas comunitários.Bettencourt,
que também foi diretor regional do Emprego, rejeitou as declarações do
Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) de que existe, atualmente, a “maior
oferta formativa de sempre” no ensino profissional, lembrando que já
existiram mais de 400 cursos na região.Já
Isabel Almeida Rodrigues, que serviu como secretária de Estado da
Igualdade e das Migrações (2022 a 2024), defendeu a necessidade de
implementar a medidas de acesso à creche e jardim-de-infância, alertando
para os riscos de uma “criança que não é devidamente estimulada” na
infância.“Se não formos capazes de fazer
investimento massivo e prioritário na infância e também na juventude
pouco podemos esperar do nosso futuro”, assinalou.No
segundo dia do congresso dos socialistas açorianos foram ainda
aprovadas mudanças aos estatutos do partido, clarificando o
relacionamento entre órgãos regionais e nacionais e criando capítulos
dedicados à implementação da Tendência Sindical, do Gabinete de Estudos e
Apoio Autárquico e Departamento da Diáspora.