MNE português telefonou a homólogo de Cabo Verde a manifestar pesar pela morte de estudante
7 de jan. de 2020, 11:53
— Lusa/AO Online
De acordo com
uma nota publicada na página da Embaixada de Cabo Verde em Portugal na
rede social Facebook, Augusto Santos Silva “telefonou ao seu homólogo
cabo-verdiano, Luís Filipe Tavares, e ao embaixador de Cabo Verde em
Portugal, para apresentar o seu voto de pesar e de repulsa pelo ato
bárbaro praticado e que conduziu à morte do jovem estudante
cabo-verdiano”.Em 21 de dezembro de 2019, o
estudante cabo-verdiano do Instituto Politécnico de Bragança Luís
Giovani dos Santos Rodrigues terá sido agredido por vários homens à
saída de uma discoteca da cidade.Transportado para o Hospital de Santo António, no Porto, o estudante de 21 anos acabou por morrer em 31 de dezembro.O
comunicado da Embaixada de Cabo Verde em Lisboa refere também que “este
não é um momento apropriado para se desferir ataques a instituições e
sistemas”, mas de “repúdio da violência e gratuitidade de um ato
praticado por pessoas concretas”.Segundo a
nota, Augusto Santos Silva disse também ao homólogo de Cabo Verde e ao
embaixador que “a comunidade cabo-verdiana em geral e a comunidade
estudantil em particular são queridas e bem-vindas a Portugal”.A
representação diplomática de Cabo Verde em Lisboa acrescenta que “tem
feito o que pode” para garantir o “apoio necessário” aos familiares do
estudante cabo-verdiano, comprometendo-se, por isso, a “assumir os
encargos com a contratação de um advogado especialista em direito
criminal”, para que os pais de Luís Giovani “se constituam como
assistentes no processo penal”.Em
declarações hoje aos jornalistas no Palácio da Ajuda, em Lisboa, o
diretor da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, garantiu o empenhamento
na descoberta dos “autores das agressões”, apesar de estar a investigar o
crime “há muito poucos dias”.O jornal
Público revela hoje que a PJ aponta para “um motivo fútil” e afasta a
tese de ódio racial associada à morte do estudante cabo-verdiano,
nomeadamente nas redes sociais.O diário
indica também que “a autópsia foi inconclusiva, não esclarecendo se a
morte foi provocada pela agressão ou pela queda” na rua, onde o jovem
foi encontrado inanimado.O caso chegou às
autoridades de Bragança como um possível alcoolizado caído na rua sem
menção a agressões ou ferimentos, disse hoje à Lusa o 2.º comandante dos
bombeiros de Bragança, Carlos Martins.Só
depois de chegar ao local e avaliar a vítima é que a equipa de
emergência descobriu um ferimento na cabeça e “verificou que se tratava
de um possível traumatismo craniano”, indicou.