MNE e ministros da Defesa da UE ultimam "bússola" com guerra como pano de fundo
21 de mar. de 2022, 11:44
— Lusa/AO Online
Este
Conselho "Jumbo" - a designação dada às reuniões conjuntas de chefes de
diplomacia e ministros da Defesa da UE – tem lugar no início de uma
semana particularmente movimentada em Bruxelas, com a celebração de uma
cimeira extraordinária de líderes da NATO, na quinta-feira, e de um
Conselho Europeu, na quinta e sexta-feira, que terá como convidado o
Presidente norte-americano, Joe Biden, e durante o qual os chefes de
Estado e de Governo da União deverão adotar a "bússola".Os
ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE, entre os quais
Augusto Santos Silva e João Gomes Cravinho, em representação de
Portugal, reunir-se-ão em três formatos ao longo do dia de hoje,
arrancando os trabalhos de manhã apenas ao nível dos chefes de
diplomacia, após o que se seguirá, da parte da tarde, o Conselho
"Jumbo", e, já ao início da noite, uma reunião de ministros da Defesa.Enquanto
a agressão militar russa à Ucrânia dominará, uma vez mais, as reuniões
de chefes de diplomacia e de ministros da Defesa – nesta última com a
participação, por videoconferência, do ministro ucraniano da Defesa,
Oleksii Reznikov -, o Conselho "Jumbo" será consagrado então à aprovação
do documento que traça a nova política de segurança e defesa do bloco
europeu para os próximos 10 anos, a ser formalmente adotado pelos
líderes da UE no final da semana.O mais
recente esboço do documento, ao qual a Lusa teve acesso, incorpora já a
agressão militar da Rússia à Ucrânia, e a necessidade de a UE dar “um
salto quântico” em frente, num “ambiente de segurança mais hostil”.Reunidos
numa cimeira informal em Versalhes, França, em 10 e 11 de março, os
líderes europeus já concordaram em “aumentar substancialmente as
despesas de defesa”, com um reforço das capacidades e investimento em
tecnologias inovadoras, uma necessidade enfatizada pela operação militar
russa em curso na Ucrânia.A "Declaração
de Versalhes” aponta que “uma UE mais forte e mais capaz no domínio da
segurança e defesa contribuirá positivamente para a segurança global e
transatlântica e é complementar à NATO, que continua a ser a base da
defesa coletiva dos seus membros” e indica que “a próxima 'Bússola
Estratégica' fornecerá orientação para a ação em todas estas dimensões
de segurança e defesa, a fim de tornar a União Europeia um fornecedor de
segurança mais forte e mais capaz”.