MNE diz que seria irresponsável TAP voar para Venezuela e considera reação desproporcionada

Hoje 11:20 — Lusa/AO Online

Em declarações aos jornalistas, no parlamento, Paulo Rangel considerou, por outro lado, desproporcionada a retirada da autorização de voo para o país por parte das autoridades venezuelanas, mas disse que o Governo está a fazer contactos via embaixada.“Aquilo que nós estamos a fazer é, através da nossa embaixada, sensibilizar as autoridades venezuelanas de que essa medida é desproporcionada, que nós não temos nenhuma intenção de cancelar as nossas rotas para a Venezuela, e que, obviamente, só o fizemos por razões de segurança que, por todas as regras internacionais da aviação, nem sequer havia a hipótese de não respeitar”, explicou.Para o ministro de Estado e número dois do Governo, “seria totalmente irresponsável, depois de um alerta de que não havia segurança, de que os voos poderiam ser atingidos por objetos militares” que a TAP mantivesse os seus voos.“Eu julgo que não há ninguém em Portugal que sustente que uma companhia, perante um alerta credível de que as condições de segurança não estão reunidas, não suspenda o seu voo”, afirmou, dizendo que esta foi uma posição de várias companhias de aviação.Paulo Rangel salientou que a posição da TAP foi de analisar “voo a voo” essas condições de segurança.Paulo Rangel disse esperar que os contactos diplomáticos venham a dar frutos e a Venezuela possa repor a autorização de voo à TAP.“Agora temos que aguardar. Para já, obviamente, estamos atentos até à situação de pessoas que possam vir a dizer que têm imensa urgência ou em deslocar-se para a Venezuela ou em sair da Venezuela”, disse.Questionado se o Governo português poderá retirar pessoas deste país, em casos urgentes, Rangel respondeu que essa é uma “matéria e tratamento geral em todo o mundo”. “Quando há uma situação urgente, nós procuramos resolvê-la. Até este momento não temos nenhum relato de nenhuma”, afirmou.A TAP disse que a falta de condições de segurança, impostas pelos seus padrões internos e pelo regulador, não permite voar para a Venezuela de momento, garantindo que quer continuar a servir a diáspora naquela região.O Governo venezuelano cumpriu a ameaça e revogou as licenças de operação de várias companhias aéreas internacionais, entre as quais a TAP, acusando-as de se "unirem aos atos de terrorismo" promovidos pelos EUA.Horas depois do prazo estipulado pelas autoridades venezuelanas às companhias aéreas, o Ministério dos Transportes da Venezuela e o Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC) do país anunciaram na quarta-feira a decisão, que afeta a Iberia, a TAP, a Avianca, a Latam Colombia, a Turkish Airlines e a Gol.A Iberia, a TAP, a Avianca, a Latam Colombia, a Turkish Airlines e a Gol tinham cancelado voos de e para Caracas depois de a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) ter recomendado, na passada sexta-feira, que as companhias aéreas comerciais "exercessem extrema cautela" ao sobrevoar a Venezuela e o sul das Caraíbas devido ao que considera "uma situação potencialmente perigosa na região".